O espetáculo não pode parar: O projeto de extensão ‘teatro como transformação social’ promete novidades

Hugo Dadalto

Pés descalços, descontração, trabalho árduo e muita interpretação. Assim é o projeto de extensão Teatro como Transformação Social da FAESA Centro Universitário. A iniciativa coordenada pelo professor Felipe Dall’Orto teve início em 2015 e já soma 5 edições realizadas. Cada uma delas com uma média trinta participantes. O grupo se reúne todas as quintas-feiras à tarde em uma grande celebração à arte de se expressar por meio do corpo, dos gestos e da fala.

O projeto vem com novidades reveladas com exclusividade para o FAESADigital. A primeira delas é uma pequena peça denominada “Independência ou Morte” na abertura do Festival Crie da 22ª Jornada Científica e Cultural da FAESA no dia 09 de outubro. Estão também em construção a produção de um curta-metragem e uma grande mostra com a peça final que irá encerrar o projeto em grande estilo. Todas as atividades visam colocar em prática os ensinamentos e habilidades adquiridos pelos alunos nas oficinas durante o período.

O projeto foi idealizado no momento em que Felipe retornou ao Centro Universitário como professor. A primeira experiência com o teatro foi quando ele ainda era aluno do curso de Rádio e TV da FAESA. A Instituição possuía um grupo de teatro e foi ali que ocorreu o passo inicial do contato com mundo das artes cénicas. Foi nesse contexto que ele viu a oportunidade de retribuir o que havia aprendido durante a graduação, agora, para os alunos. “Depois que entrei no teatro, eu não saí mais. Já faz 24 anos que faço teatro e comecei aqui na FAESA. Hoje, isso faz parte de quem eu sou”, conta.

Participantes do projeto de extensão “Teatro como Transformação Social” celebram a arte de se expressar (Foto: Felipe Dall’Orto)

As aulas utilizam como base a metodologia do “Teatro do Oprimido”, criado pelo dramaturgo brasileiro Augusto Boal. A técnica engloba jogos preparatórios e exercícios de improvisação que buscam discutir temáticas relacionadas ao cotidiano. Dall’Orto fala que os próprios alunos trazem suas questões pessoais e dramatizam isso como forma de buscar respostas para o que passam. O professor traz também toda a bagagem de experiências estudadas ao longo dos anos, criando, assim, verdadeiros espetáculos durante as aulas.

O objetivo é justamente encontrar uma maneira de expressar aquilo que os alunos pensam. O meu objetivo é esse. É despertar o interesse pelo teatro como uma forma deles se expressarem

Felipe Dall’Orto

Confira as belas imagens e os momentos mágicos da apresentação realizada pela turma de 2022 no auditório da FAESA: OLHARES: TEATRO

Cada uma das atividades propostas pelo projeto permite a transformação individual de todos os integrantes. Os participantes têm a possibilidade de melhorar a comunicação, interagir com pessoas das mais diversas idades, trocar experiências pessoais que já viveram e até mesmo despertar o interesse em seguir carreira estudando teatro e atuando. Além disso, a iniciativa cumpre uma função social, pois desenvolve empatia, confiança e cuidados referentes à saúde mental da sociedade como um todo.

A cada ano, eu me surpreendo com cada um dos alunos. Fico surpreso com a forma que eles utilizam o teatro para se expressar. E eu me emociono direto. Quando eu vejo um menino que chegou aqui e não falava e que de repente está dando um show em cena, eu penso: olha o que a gente conseguiu fazer! Então, meu aprendizado é esse. É entender que é um processo de uma transformação, que é concreta e que não para. São ações concretas continuadas

Felipe Dall’Orto

A aluna do curso de Jornalismo da FAESA Juliana Indami conheceu o projeto por meio do próprio professor Felipe e que também a incentivou a participar. Ela conta que sempre gostou de teatro e ficou surpresa pela FAESA possuir uma iniciativa como essa. Para ela, se envolver nas atividades propostas a ajuda tanto na vida estudantil quanto pessoal. “O teatro me conecta a pessoas de diferentes cursos e colabora para perder a vergonha“.

O teatro é algo muito bom para o corpo e para mente. E poder vir aqui e ter esse contato, essa troca e ainda mais poder estimular a nossa criatividade é muito bom

Juliana Indami

O projeto possui também uma parceria com o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases). Essa troca permite que alguns servidores da Instituição possam participar das oficinas de teatro com o objetivo de replicarem o que aprendem nas unidades em que trabalham. Um desses servidores é Marcus Vinicius Rocha, 46 anos. Diferente de Juliana, ele desenvolveu um gosto diferente pelo teatro depois que começou a participar do projeto. Para Marcus, a principal motivação de se envolver nas aulas é poder repassar o conhecimento que adquiri para outras pessoas.

Edição: Hugo Dadalto

Imagem no Destaque: Felipe Dall’Orto