Produções e espaços culturais na sociedade transformam vidas por meio da arte

Leticia Vilaronga

Essência, vida, amor: a arte abrange um mundo de possibilidades dentro de cada um. Se valendo de diferentes interpretações, subjetivas ou não, e com significados distintos dependendo do olhar de quem vê, a cultura também abrange diferentes maneiras de se manifestar e de impactar na vida das pessoas que a produzem e a consomem. Desde as produções artísticas propriamente ditas aos fatores de desenvolvimento humano e social, evidenciando toda a história do coletivo e do individual, os espaços culturais transformam não apenas a vida das pessoas, mas projetam um futuro mais harmonioso e respeitoso.

As produções artísticas e espaços culturais são realizados com os mais diversos intuitos. Além de proporcionar apoio cognitivo e psicológico, a arte também serve como ferramenta de transformação social. “Nesses espaços criativos e críticos, por meio da arte, podemos nos projetar no mundo, criar novas formas de existir, além de potencializar a criticidade e formação política”, afirma o artista e Mestre em Artes Rick Rodrigues, ressaltando ainda que, quando a sociedade participa de produções culturais, há uma formação cultural em geral, moral e educativa.

O Espírito Santo, atualmente, conta com espaços dedicados à arte importantes para a sociedade, como o Museu do Colono, a Casa Porto das Artes Plásticas, o Museu de Arte do Espírito Santo, a Galeria Homero Massena e a Biblioteca Pública de Vitória. A política cultural, por meio do poder público, intervém na sociedade contemporânea e exige uma atuação cada vez mais efetiva. Por meio da implantação de órgãos específico e leis de incentivo à cultura,  como Lei Rouanet, Lei Paulo Gustavo, Lei Aldir Blanc e Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, artistas recebem apoio para manter as suas produções artísticas.

Nas esferas públicas Federal, Estadual e Municipal, as leis de incentivo à cultura disponibilizam editais que contemplam os projetos artísticos da sociedade, os apoiando financeiramente para que possam ser executados. Entretanto, apesar de destacarem a importância dessas leis, artistas expõem a necessidade de mais políticas públicas que contemplem a pluralidade da arte. “Precisa de mais políticas públicas. Muita gente fica de fora, porque o edital não consegue dar apoio a todos”, diz Stael Magesck, idealizadora do Stael Magesck Centro Artístico, espaço em Vitória que recebe diversos artistas de diferentes idades e locais para produzirem arte. Stael ainda diz que, por experiência própria, o apoio financeiro aos artistas não é o suficiente para arcar com todas as despesas.

Ainda que pessoal, a importância da arte é cada vez mais evidente quando se olha para alguém com o intuito de realmente enxergar a sua existência e escutar as suas lutas. Servindo como suporte emocional, a imersão em espaços culturais permite que essas dificuldades sejam vencidas com mais leveza. “Eu estava em um estado muito ruim, mas ouvi uma música muito importante e com lembranças que me deixaram mais calmo. Assim, consegui sair daquela situação”, diz o aluno de teatro na Dourado Produções e Eventos, Gabriel Moraes, 24 anos.

A Organização Mundial da Saúde considera o físico, o mental e o social como aspectos essenciais para a saúde. A arte vem como um complemento, acrescentando no desenvolvimento do indivíduo. “É importante o incentivo ao contato com a cultura desde a primeira infância”, afirma a psicóloga Aila Roçado. Espaços como o Cine Teatro Ribalta é um exemplo dessa troca respeitosa, repleta de sutileza e que se percebe com as atitudes dos alunos. “Se faz concreto quando uma criança chega na aula com um desenho como forma de retribuição”, diz a idealizadora do espaço e arte educadora, Roberta Portela, evidenciando como a arte prevê uma sociedade melhor e mais gentil para o futuro.

Imagem do Destaque: Arquivo Pessoal/Stael Magesck

Foto da Galeria do Projeto Permitir o Afeto: Arquivo Pessoal/Junior Luis Paulo

Foto da Galeria Stael Magesck Centro Artístico: Arquivo Pessoal/Stael Magesck