Música como terapia no tratamento de doenças
Kathleen Vieira
A música, além de ter a capacidade de trazer calma, alegria e divertir as pessoas, também pode auxiliar no tratamento de diversas doenças físicas e mentais. Ela é composta por ritmo, harmonia e melodia que estimulam o cérebro humano e o torna mais suscetível aos diferentes tipos de sentimentos, conceitos e princípios. Na musicoterapia a música é utilizada como terapia e, por meio de experiências musicais, incentiva as pessoas a promoverem a melhoria da saúde e da qualidade da vida de modo psicológico, físico e social.
A psicóloga Aline Mariana afirma que a música emite ondas para o cérebro e tem o mesmo efeito que uma massagem relaxante. Na música é possível encontrar mecanismos para equilibrar as mudanças de humor. Ela é uma aliada durante as etapas de recuperação de traumas e luto, além de ajudar a regular as emoções. A psicóloga também explica que a música tem uma grande influência no comportamento do indivíduo devido ao fato de ser um dos caminhos mais rápidos e eficazes para promover o equilíbrio entre o estado fisiológico e emocional do ser humano, uma vez que traz bem-estar físico e psíquico para o indivíduo. Dessa forma, é possível entender o porquê da utilização da música na terapia deu tão certo.
A musicoterapia surgiu entre as guerras, mais especificamente no final da Segunda Guerra Mundial, entre a década de 40 e 45, na época que os soldados Norte Americanos estavam retornando para casa e muitos tiveram que ficar semanas e meses nas enfermarias por conta dos ferimentos de guerra. A musicoterapeuta Cláudia Schaun explica que nesse período alguns músicos se uniram e começaram a pensar em uma maneira de tentar ajudá-los.
Eles foram até os soldados, tocaram para eles e perceberam, ao finalizar, que a música os ajudou. Eles se sentiram melhores
Cláudia Schaun
Cláudia Schaun relata que ao pesquisar sobre musicoterapia encontra-se muitos sites afirmando que é uma técnica, mas na verdade a musicoterapia é um conjunto de técnicas, uma disciplina e uma terapia. A musicoterapeuta conta que é importante diferenciar, pois ao falar que é apenas uma técnica, parece que qualquer pessoa poderia aplicá-la. Contudo, no Brasil, para ser considerado um musicoterapeuta é necessário fazer uma graduação ou pós-graduação. Com isso, um músico, com bacharelado, por exemplo, não poderia ser um profissional dessa área.
São coisas distintas. Um músico tem como objetivo final ensinar a música em si. Na musicoterapia, a música não é o objetivo final, mas o meio para o desenvolvimento do processo terapêutico
Cláudia Schaun
Daniel Moraes conta que a musicoterapia lhe proporcionou um autoconhecimento extraordinário e que, por meio de doze sessões, reviveu várias lembranças do passado, como a relação com o pai, as dificuldades da adolescência e as músicas que foram marcantes na vida. Ele também relata que em poucos meses conseguiu acessar arquivos mentais inconscientes que poderiam demorar anos para serem trazidos à tona se ele não tivesse feito a terapia.
Senti uma leveza nas emoções. Deixei de ser tão preocupado e fiquei mais aliviado com o meu caminho
Daniel Moraes
A musicoterapia não possui restrições e todos podem fazer esse tipo de terapia, porém, em casos específicos, a metodologia pode mudar um pouco, como, por exemplo, no tratamento de idosos e crianças portadores de síndrome de down ou autismo.
Edição: Karol Costa
Imagem Destaque: Freepik