Projetos levam esporte e arte às periferias
Karol Costa
Em meio a uma sociedade marcada pela desigualdade, os projetos sociais esportivos têm levado mudança a bairros da periferia da Grande Vitória. Seja por meio do futebol ou da ginástica rítmica, os programas buscam resgatar crianças e adolescentes da vulnerabilidade, aprimorando as qualidades e competências comunicativas, cognitivas e afetivas de cada indivíduo.
No bairro Nova Rosa da Penha, em Cariacica, o funcionário público Roniel Monico e alguns amigos criaram, em 2014, a Associação Cultural, Esportiva e Lazer (ACEL). O projeto, gratuito, trabalha com futebol feminino e masculino e atende crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de Nova Rosa da Penha e, também, de bairros próximos como Nova Esperança e Vila Progresso.
Roniel explica que a integração do projeto com outros bairros foi essencial para melhorar a relação entre as crianças e a comunidade. “Por ser um projeto esportivo, inflama muito o sentimento de só ganhar, só ganhar. Então, a gente decidiu abrir outros núcleos e se tornar uma família com alunos de Nova Rosa da Penha I e II, Nova Esperança e Vila Progresso”, completa.
O coordenador da ACEL pontua ainda a participação dos pais no projeto que apoiam e incentivam as atividades que acontecem na escola municipal Mariúza Secchin. “Alguns pais vestem a camisa mesmo. Temos um corpo de 12 voluntários e metade dele é formado por pais de alunos”, finaliza.
Sheila Ferreira é mãe de Marlon, 9 anos, e sente-se orgulhosa ao ver o desenvolvimento do filho que participa do projeto há quatro anos. “Ele era muito tímido e, hoje, já melhorou muito. Acredito que é muito importante ele estar na ACEL. Em todos os jogos, eu estou lá para torcer por ele”, relata.
Outro projeto que tem mudado a vida de várias crianças no mesmo bairro é o CriArte, que é desenvolvido por Francimara da Silva e o marido Lucivaldo da Silva. Desde o ano 2000, o casal resgata a arte circense e aproxima crianças e adolescentes da cultura. O projeto também cria oportunidades para resgatar e tirar os jovens da situação de vulnerabilidade. “Ampliamos nossas oficinas, que são gratuitas, para ballet e dança. Os pais apoiam bastante”, afirma.
O professor universitário Vitor Nunes explica que a existência de projetos sociais contribui para a melhoria na qualidade de vida de pessoas em situação de risco e garante a sobrevivência desse grupo. Contudo, a sociedade não tem interesse em acabar com a vulnerabilidade, que acompanha a humanidade desde os primórdios, por egoísmo e pelo desejo de ter mais do que ser.
Edição: Karol Costa
Imagem Destaque: Karol Costa