Streaming de jogos: nova forma de trabalhar e consumir conteúdo
Michel Lisboa
O avanço e consolidação da internet no mundo contemporâneo ocasionou o desaparecimento das locadoras de filmes e videogames. As pessoas, então, passaram a consumir esses produtos e serviços de forma digital. As plataformas online Youtube e Netflix foram as pioneiros a popularizarem o streaming. Palavra proveniente do inglês, o termo significa consumo de conteúdo multimídia com o intermédio de uma conexão de internet.
Com a evolução dos televisores, computadores e dispositivos portáteis, tudo se tornou “smart”, aparelhos inteligentes, e o conteúdo multimídia se tornou mais acessível à população. O streaming proporcionou às pessoas novas maneiras de trabalharem e consumirem conteúdo. A plataforma americana Twitch, especializada em streaming de jogos, se tornou popular entre adultos e jovens. Encorajados pela oportunidade de ganhar dinheiro se divertindo e conhecendo novas pessoas, frequentadores do site seguem carreira como “Streamer”, indivíduo que transmite o que está jogando por meio de áudio e vídeo dentro da página e interage mediante um chat em tempo real com quem está assistindo.
Ser streamer requer dedicação, tempo e regularidade, mas é importante não abdicar da diversão, como orienta o streamer profissional Paulo Henrique Ferreira Batista, 30 anos. Há dois anos atuando no ramo, ele explica o motivo de começar a transmitir os jogos online. “Comecei há dois anos e na situação atual é uma alternativa de renda. Apesar de ter um trabalho formal, eu gosto de dedicar uma parte do meu tempo a fazer transmissões. É bem motivador quando você recebe uma doação, uma inscrição no seu canal, um agradecimento de pessoas que te seguem e gostam de te assistir. Isso te ajuda a continuar”, explica.
Paulo relata ainda que ser streamer é se divertir, conhecer gente nova e ganhar algum dinheiro. Entretanto, ser reconhecido na profissão é especial. “Fui citado pela Twitch Brasil falando sobre um assunto bem importante, relacionado ao que estava acontecendo nos EUA, da situação do George Floyd, e sobre representatividade das pessoas negras em jogos. Aquilo para mim foi um momento de reconhecimento, mesmo eu não tendo buscado isso. Alguém me ouviu falando e sentiu que aquilo precisava ser ouvido pelas outras pessoas”, celebra.
Já o estudante e streamer amador Gabriel Victorio, 26, conta que costuma assistir muitas transmissões de outras pessoas. Começando no ramo e com a meta de ser profissional, ele explica: “acompanho streamers para aprender a como interagir melhor com meu público e também buscar novas maneiras de ter um conteúdo de melhor qualidade. Busco aplicar tudo que absorvo às minhas transmissões”, declara.
Já o barbeiro Renan Almeida, 27, que assiste diariamente a transmissões de outras pessoas, diz que se diverte muito assistindo aos streamers. “Rapaz, já ri muito vendo as pessoas jogando. As pessoas tendo crise de raiva e desabafando com quem está assistindo. É muito engraçado. Os streamers me ajudam muito a aproveitar meu tempo livre fora do trabalho. Aprendo muito com eles e quem sabe um dia não faço as minhas transmissões também”, declara.
Edição: Daiane Obolari
Imagem destaque: reprodução/ Elgato