As dificuldades da pandemia: do desemprego ao trabalho autônomo
Michel Lisboa
A pandemia da Covid-19 trouxe muitas perdas à vida de todos. Além dos entes queridos que se foram por causa da doença, diversos cidadãos ficaram desempregados e muitas empresas precisaram encerrar o funcionamento por conta da crise econômica que assolou o mundo. A população sofre para sobreviver a nova realidade.
Após cinco anos desempregado, Raphael Gomes Carlos, 30 anos, conta que antes da pandemia tinha conseguido um novo emprego numa empresa de limpeza e estava traçando metas para crescer profissionalmente. “Estava feliz e cheio de planos: Queria pagar uma faculdade, fazer cursos e até comprar um carro”, contou Raphael. Contudo, a crise econômica gerada pela Covid-19 fez com que a empresa demitisse alguns funcionários, incluindo ele.
Raphael demonstra preocupação com o cenário atual. Ele não enxerga uma perspectiva de melhora no País e teme não conseguir um novo emprego.
Está difícil de colocar arroz e feijão em casa. Minha mãe, que é trabalhadora autônoma, tem ajudado com as contas. Nunca vivi uma coisa assim. É muito caótico
Raphael Gomes Carlos
Ele conta que essa condição proporciona muitos aprendizados. Apesar de estar muito abalado com a circunstância, entende a importância do conhecimento e pretende se especializar para conseguir abrir o próprio empreendimento. “Fiz alguns cursos grátis. Estou me preparando para ser autônomo e continuar correndo atrás dos meus sonhos”, finaliza Raphael.
Já a administradora Lais Inoch, 28, explica que o panorama atual é difícil, mas as pessoas e empresários precisam buscar alternativas para continuar seguindo em frente. Ela ressalta que o trabalho autônomo é uma boa alternativa por possibilitar oportunidades. As empresas são mais complexas, envolvem mais pessoas, dinheiro, ramos e maiores decisões. Um bom caminho para o comércio seria oferecer bons descontos para tentar minimizar as perdas.
Um exemplo de empreendedorismo na pandemia foi da Rubia Tallani de Souza. Devido as incertezas do mercado e com medo do comércio em que trabalha fechar, investiu no curso de design de unhas. Nas horas vagas, a designer está trabalhando no ramo há dois meses e já conseguiu algumas clientes, garantindo um dinheiro extra. “Decidi fazer o curso para me precaver e ter um plano B, caso algo acontecesse. Agora, tenho uma complementação de renda”, explicou Rubia.
Edição: Fernanda Gonçalves Sant’Anna
Imagem do Destaque: Pixabay