Menina Pitanga – A força feminina no mercado da moda capixaba

A busca por igualdade de gênero, oportunidades e equidade salarial sempre foram pautas voltadas para a mulher no mercado de trabalho. Hoje, elas fazem o próprio negócio

Darliane Tose e Ketila Fonseca são empreendedoras no mercado da moda feminina do Espírito Santo (Foto: Arquivo Pessoal)

Vitória Fernandes

As mulheres viram a oportunidade de renda e crescimento no ramo da moda no Espírito Santo. Nos últimos anos o mercado empreendedor está em constante crescimento. As mulheres são proprietárias de cerca de 216 mil negócios no Estado e o setor de beleza é o destaque quando o assunto é empreender.

O mercado da moda se renova a cada nova tendência e as mulheres possuem um papel essencial nesse meio. Darliane Tose Contarato, 37 anos, e Ketila Fonseca, 46 anos, pensando nisso, abriram a loja “Menina Pitanga”, empreendimento voltado para roupas e localizado no bairro de Campo Grande, em Cariacica, no Espírito Santo.

Darliane, antes de abrir o negócio, trabalhava na gestão de uma empresa e quando o grupo fechou, ela buscava novos objetivos. Ela começou a se interessar pela moda feminina quando viu Ketila trabalhando com o irmão nessa área. A empreendedora relatou que não tinha muito dinheiro na época, mas que tinha vontade de tentar. Darliane, então, pegou a rescisão do antigo trabalho e foi para São Paulo, ao lado de Ketila, com “cara e a coragem” para começar a comprar.

Atual interior da loja Menina Pitanga (Foto: Arquivo Pessoal)

O nome da empresa seria “Amora Chique”, porém ele já era usado. Ela relata que a irmã de Ketila sonhou com o nome “Menina Pitanga” e entendia que este era o nome destinado à loja. O começo não foi da forma que as empreendedoras gostariam. Darliane conta que o primeiro ponto do estabelecimento, escolhido pelo impulso e sem grande planejamento, não favorecia a chegada do público até ele e, por isso, acredita que erraram ao escolhê-lo.

A empreendedora comenta que são riscos e que o empreendedor brasileiro precisa ter ousadia para abrir um negócio, principalmente em um mercado novo. A proprietária lembra que encontrou o público-alvo para a loja de roupas quando “desceu” para a parte movimentada do bairro, referindo-se à Avenida Expedito Garcia, uma das avenidas comerciais mais movimentadas de Cariacica. As redes sociais também foram importantes para esta descoberta.

Hoje trabalhamos com marcas de pedidos e entrega de São Paulo, em Bom Retiro. Antes era 100% de São Paulo, hoje temos mais ou menos 70% dos pedidos de marcas e 30% de marcas diferenciadas de São Paulo, com produto de valor agregado maior, com qualidade de tecido e modelagem

Darliane Tose
Foto: Arquivo Pessoal

Ao ser perguntada sobre o mercado da moda no Brasil e, especialmente no Espírito Santo, Darliane e Ketila afirmam que a moda possui um viés europeu e, muitas vezes, pode ser aplicado no contexto nacional. Elas ressaltam a combinação de acessórios.

A moda segue muito a Europa. Então precisamos no antecipar para colocar roupas referentes à época do ano. Os acessórios também são pensados para combinar com o tipo de produto oferecido pela loja, sendo mais elaborados. A harmonia e estética da loja fazem a diferença e influenciam na atenção da mulher para comprar na loja.

Darliane Tose

Em relação a importância da moda feminina no estado do Espírito Santo, ela expõe o ponto de vista: “Quando a gente fala de moda feminina, falamos da satisfação, da autorealização da mulher que busca na sua aparência um empoderamento feminino.” Darliane afirma que o pós-pandemia impulsionou as pessoas a buscarem empreender e Cariacica é um grande “shopping a céu aberto” na região de Campo Grande. Ela afirma que a moda feminina não vende apenas produtos, mas vende também autoestima.

Instagram: meninapitanga_

No Espírito Santo, as mulheres possuem a maior parte dos negócios concentrados na área de vestuários e acessórios com cerca de 35.541 empreendimentos registrados de acordo com a Junta Comercial do Estado do Espírito Santo. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgou um levantamento realizado pelo Sebrae que revela que o setor mais procurado para empreender é o de serviços, representando 56,58% e destacando a força do mercado empreendedor no Espírito Santo.


Edição: Vitória Fernandes

Imagem de Destaque (Home): Arquivo Pessoal/Vitória Fernandes