Por que devemos falar sobre saúde mental não só em setembro?
Mês é escolhido para conscientização sobre questões relacionadas à saúde mental e à prevenção ao suicídio

Heitor Robers
O conceito de saúde mental, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo que possibilita o desenvolvimento das habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade. A campanha, realizada em setembro, adota a cor amarela, servindo de alerta para um problema que afeta grande parte da população mundial.
No Brasil, segundo o relatório global World Mental Health Day 2024, realizado pela Institut Public de Sondage d’Opinion Secteur (IPSOS), 42% dos brasileiros sofreram com o estresse ao ponto de a condição afetar a forma como viveram. Em 2019, a OMS enquadrou o Brasil como o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo. Quando os dados foram analisados, 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) conviviam com o transtorno.
Fala da Especialista
Os números apresentados pelas pesquisas levam a uma reflexão sobre como o tema saúde mental é abordado e apresentado para a sociedade. A psicóloga, professora e coordenadora do curso de psicologia da FAESA, Caroline Bezerra, afirma a importância de se falar sobre a saúde mental que, para muitos, ainda é um tabu.
Quanto mais a gente fala sobre a saúde mental, mais enquanto sociedade entendemos a importância desse cuidado. Todos nós precisamos cuidar da nossa saúde mental e entender que a nossa saúde é integral. Não adianta cuidar só do nosso corpo, a gente precisa cuidar das nossas emoções e dos nossos pensamentos.

De acordo com ela, a campanha do Setembro Amarelo, introduzida no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) e hoje presente nos calendários de empresas e escolas, ajuda na desmistificação do tema. Mas Caroline reafirma a importância de falar sobre os cuidados com a saúde mental não somente durante o mês.
Ela (campanha do Setembro Amarelo) tem a sua importância, porque é uma forma da gente dar visibilidade e tornar mais acessível essa fala de que ‘é importante cuidar da saúde mental’, mas, de fato, não é para ser feita só em setembro. O Setembro Amarelo começou como um start para a gente tornar esse tema mais acessível e valorizar a necessidade de falar sobre a saúde mental o ano inteiro.
O aumento dos casos de transtornos mentais em adolescentes, crianças e jovens era observado pelos profissionais da saúde mesmo antes da pandemia. Os especialistas já alertavam para o crescimento do número de casos em populações e grupos sociais que antes não eram o principal foco ou não tinham índices tão alarmantes de transtornos mentais.
A gente já via esse aumento acontecendo pelo nosso modelo de sociedade: aspecto da individualização, as pessoas cada vez mais sozinhas, mais separadas em grupos específicos, mais reféns do aspecto da mídia e de redes sociais. Então, a gente já vinha nessa crescente, alertando sobre esse cuidado. A pandemia só potencializou isso. Tornou mais visível e, obviamente, intensificou.
Peça ajuda
Os cuidados com a saúde mental não devem ser vistos com preconceitos nem com ignorância. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de força e coragem. Não hesite em procurar profissionais capacitados para ajudar.
A clínica-escola do curso de psicologia da FAESA conta com a supervisão de professores mestres e doutores, experientes no atendimento ao público, e está de portas abertas para ajudar. Para ter acesso ao atendimento psicológico, é preciso entrar em contato pelo telefone, ofício escrito ou presencialmente e realizar a pré-inscrição.
Contatos:
- Ligações: (27) 21224168
- WhatsApp: (27) 998175148 (Obs.: somente mensagens)
- E-mail: CLINICAPSICOLOGIA@FAESA.BR
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é formado exclusivamente por voluntários, oferecendo apoio emocional e prevenção do suicídio gratuitamente. O atendimento, de âmbito nacional, acontece por meio do telefone 188 (24 horas por dia e sem custo de ligação), chat (https://cvv.org.br/chat), pelo e-mail (apoioemocional@cvv.org.br) e pessoalmente em alguns endereços.
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