Dia Internacional de Nelson Mandela: O que aprendemos com ele?

Celebrado em 18 de julho, a data comemora a importância da democracia, da justiça e da liberdade

Dia Internacional de Nelson Mandela (Imagem: Freepik/2025)

Heitor Robers

Nelson Mandela foi um ícone da luta contra o racismo e a segregação racial. Ao longo da vida, foi advogado, ativista político e o primeiro presidente negro eleito da África do Sul livre. Por todo seu legado, celebramos em 18 de julho, sexta-feira, o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi estabelecida oficialmente pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2009 e foi escolhida por ser o dia em que Mandela nasceu.

Quem foi Mandela?

Nascido em Mvezo, uma pequena vila na África do Sul, Rolihlahla Mandela pertencia a uma família da nobreza thembu, povo da etnia xhosa. Seu pai, chamado Nkosi Mphakanyiswa Gadla Mandela, era herdeiro do trono.

O nome Nelson foi atribuído a Mandela durante a infância, quando ele estudava em uma escola primária. A escolha foi feita por ingleses que atribuíam nomes aos habitantes da colônia, pois não conseguiam pronunciar nem escrever os nomes locais.

Eu nunca perco, ou eu ganho ou aprendo

Mandela, que faleceu em 2013, completaria 107 anos em 2025 (Foto: Pixabay 2025 / OpenClipart-Vectors)

Luta contra o Apartheid e a prisão

Na década de 1940, o sul-africano ingressou na militância política motivado pela desigualdade social e o racismo que atingiam os negros da África do Sul. Junto de alguns amigos, Mandela fundou a Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), movimento político que lutava contra a segregação racial e por melhorias para a vida dos negros do país.

Inicialmente, Mandela defendeu uma resistência pacífica por meio da desobediência civil. Mas, após a vitória do Partido Nacional, de extrema-direita, liderado por Daniel François Malan, e o tratamento violento da polícia sul-africana com a oposição, ele decidiu aderir ao caminho da resistência armada.

Bravo não é quem sente medo, é quem o vence

Visto como um inimigo pelo governo sul-africano, Mandela foi preso em 1962 sob a acusação de ter organizado greves e saído do país sem autorização, em uma viagem na qual buscava apoio contra o Apartheid.

Depois de preso, foi condenado à prisão perpétua, ficando em cárcere por 27 anos. Mesmo após o longo período de detenção e as ofertas de liberdade em troca do abandono das atividades políticas e a luta armada, ele não renunciou aos ideais em que acreditava, tornando-se um símbolo mundial de resistência e resiliência.

Libertação e Política

Em 1989, o presidente Frederik de Klerk, que lutava contra a pressão internacional e a possibilidade de uma guerra civil caso o regime segregacionista fosse mantido, deu início ao processo de encerramento do Apartheid.

Em fevereiro de 1990, Nelson Mandela foi solto e, junto a Klerk, conduziu o encerramento do Apartheid na África do Sul e a reconstrução do país.

Sempre parece impossível, até que seja feito

Em 1991, com o estabelecimento de uma democracia no país, Mandela foi eleito presidente do Congresso Nacional Africano (CNA). Em 1994, ele foi eleito presidente da África do Sul, tornando-se o primeiro líder negro do país.

Prêmio e visita ao ES

Pelo importante papel na luta contra o Apartheid, Nelson Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Antes disso, em 1991, o sul-africano passou pelas terras capixabas.

Estátua de Nelson e Winnie Mandela (Foto: Minenhle Shelembe/Pexels 2025)

Acompanhado da então esposa Winnie, Mandela passou três dias no Espírito Santo. Ao longo da estadia, o sul-africano experimentou a moqueca capixaba e o refrigerante guaraná. Além disso, assistiu a apresentações de bandas de congo, de grupos folclóricos e se disse encantado com as belezas naturais capixabas.

Estou muito feliz. Fui recebido com muito carinho

Mandela encerrou a passagem pelo Espírito Santo no Estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica. Sete mil pessoas compareceram ao estádio e acompanharam o discurso do sul-africano sobre a luta pelo fim da segregação racial.


Imagem do Destaque: Freepik 2025