Aplicativos de namoro: Os relacionamentos na era digital
Num mundo de perfis e deslizes, ainda existe espaço para conexões reais?
Felipe Marques
Nos últimos anos, houve uma grande revolução na forma como procuramos por amor e conexão. Com as obrigações do dia a dia, muitos de nós lutamos para equilibrar trabalho, estudos e vida social.
É nesse cenário que os aplicativos de namoro surgem como uma ótima opção para os solteiros que querem se relacionar. Você sabia que eles já existem há 60 anos?
A serviço do prazer
A longa história dos serviços de namoro se inicia em 1965, nos EUA. Após uma longa noite de bebedeira e frustrações para encontrar pretendentes, os estudantes de Harvard Jeff Tarr e Vaughan Morrill criaram o Operation Match. “Seu negócio é o nosso prazer. Seu prazer é o nosso negócio.” Esse era o slogan pendurado fora de um dormitório da faculdade, marcando a sede do primeiro serviço de encontros por computador nos EUA.
Em vez do famoso “arrastar para o lado”, o Operation Match era um questionário que cobria hobbies, educação, aparência física, raça e atitudes em relação ao sexo. Os participantes eram convidados a responder duas vezes, uma descrevendo a si e outra descrevendo seu par ideal.
Seriedade ou Superficialidade?
Ao passar dos anos, a tecnologia foi avançando e os aplicativos de namoro também. O que começou como uma plataforma simples e focada em encontros casuais, hoje já evoluiu para um conjunto de opções que atendem desde quem busca um relacionamento sério até quem quer buscar interesses específicos, facilitando a fase de conhecer alguém. Porém, essa revolução também trouxe novos desafios, principalmente sobre a forma como nos relacionamos, nos comunicamos e até como nós agimos no processo de buscar o par ideal.
Uma das críticas aos aplicativos de namoro é o exagero na superficialidade das conexões. Grande parte dos usuários se sentem atraídos primeiramente pela aparência do outro, e o processo de deslizar para esquerda ou para a direita, com base em fotos, pode reduzir o conceito de relacionamento a um jogo de aparência.
Qual a opinião da galera?
O LACOS conversou com duas pessoas para ter opiniões sobre o assunto.
Relações Superficiais
Juliana Wernon, de 31 anos, acredita que a popularização dos aplicativos de namoro é um dos principais fatores para as relações terem se tornado mais superficiais com o tempo:
“Acho que pelo nível de escolha muito grande que existe nas redes sociais e nos aplicativos de namoro, os relacionamentos se tornaram muito superficiais. É bem mais fácil se conhecer pela internet do que pessoalmente. O que é bem diferente de antigamente, quando não existiam coisas desse tipo, as pessoas se relacionavam de forma mais natural com pessoas da própria convivência. Hoje em dia, é possível conhecer pessoas de outro estado através das redes sociais ou dos apps de namoro, o que tira um pouco da essência dos relacionamentos, na minha opinião.”
Mais opções, menos profundidade
Márcio Lírio, estudante de Jornalismo de 20 anos, também acredita que as pessoas têm mais possibilidades depois da popularização das redes sociais e dos apps de namoro:
“Eu acredito que hoje, com as redes sociais e aplicativos de relacionamento, as pessoas têm um maior leque de possibilidades, assim conseguindo conhecer mais pessoas ao mesmo tempo. Porém, isso também aumenta a descartável, tornando as possíveis conexões mais superficiais. Acho que o desafio da sociedade atual é construir relações mais aprofundadas e menos imediatistas.”
Em um mundo onde as conexões são feitas com um simples deslizar de dedo, a reflexão sobre o que realmente buscamos em um relacionamento nunca foi tão necessária. No fim das contas, mesmo com todas as facilidades que a era digital nos oferece, o desafio continua sendo o mesmo: encontrar conexões que vão além da tela. Cabe a cada um de nós usar essas ferramentas com bastante consciência, lembrando que, por trás de cada perfil, há alguém buscando algo mais verdadeiro.
Fique de Olho
Para ficar ligado em assuntos, curiosidades e questionamentos relacionados ao Dia dos Namorados, não perca a sequência que o LACOS preparou focando nesta temática.