Livros que Curam, Ações que Salvam e Lutas que Libertam: o Impacto do Voluntariado e da Doação de Amor
Histórias de Solidariedade e Transformação mostram que, com Amor, Empatia e ação Coletiva, é possível Construir um Mundo mais justo, igualitário e humano. As iniciativas “AUmigos de Livros”, “Jiu Jitsu for Life” e o “Anjos na Noite” provam que a Solidariedade pode transformar Vidas

Apolismara Lima e Ester Tavares
A cultura de doação e solidariedade reflete o envolvimento coletivo em ações de apoio às causas e comunidades em situação de vulnerabilidade. Trata-se de um movimento que busca transformar a doação em uma prática recorrente e socialmente enraizada, indo além das respostas emergenciais a crises.
O Brasil é um país reconhecido pela solidariedade, mas nem todos os brasileiros percebem a força de suas ações. Segundo dados do Instituto MOL, a cultura de doação vai além do ato de doar dinheiro: envolve apoiar projetos sociais, causas relevantes e, especialmente, oferecer tempo e talento de forma voluntária em prol do bem de outros. Em 2022, 26% da população brasileira dedicou-se ao trabalho voluntário, representando milhões de pessoas comprometidas em construir uma sociedade igualitária e mais justa por meio de sua ações.
Cerca de 63% dos brasileiros afirmaram ter ajudado pessoas que não conheciam, enquanto 26% doaram dinheiro e apenas 15% participaram de atividades voluntárias. Esses dados apontam para um país solidário, mas que ainda enfrenta desafios para consolidar uma cultura de doação sistemática.

Momentos de crise, como a pandemia do COVID-19, evidenciaram tanto a capacidade de mobilização solidária quanto a necessidade de fortalecer as bases dessa cultura. No entanto, o Brasil ocupa a 54ª posição no Ranking Mundial de Solidariedade, entre 114 países, mostrando que há um longo caminho para que a doação se torne um hábito cotidiano e acessível a todas as camadas da população.
A construção dessa cultura também requer conscientização sobre as desigualdades sociais que a doação tenta mitigar. Pesquisas apontam que as famílias mais pobres, proporcionalmente, doam mais de sua renda do que as mais ricas. Essa realidade reforça a necessidade de maior participação das classes economicamente favorecidas e de políticas públicas que incentivem práticas solidárias em todos os níveis.

O sociólogo e cientista político Carlos Lopes explica que a cultura de doação e solidariedade no Brasil é um reflexo tanto dos valores comunitários e religiosos quanto das desigualdades sociais históricas. “Ela também reflete as desigualdades sociais, visto que muitas vezes atua como um paliativo para as deficiências estruturais do Estado“, afirma Lopes. Essa prática surge como uma resposta coletiva às lacunas em áreas fundamentais, como saúde e educação, funcionando muitas vezes como um alívio provisório para problemas crônicos.
Enquanto redes informais de apoio e iniciativas de filantropia institucionalizada desempenham papeis centrais, há um componente cultural ligado à reciprocidade e ao senso de comunidade. “Redes comunitárias geram reciprocidade“, como teorizado por Marcel Mauss em “O Ensaio sobre a Dádiva“, lembra o sociólogo Carlos Lopes, destacando o papel dessas práticas na construção de laços sociais. Por outro lado, o fortalecimento da coesão social, apontado por teóricos como Robert Putnam, realça a capacidade das ações solidárias de reduzir tensões sociais e promover pertencimento.
Essas práticas fortalecem o senso de comunidade, promovem coesão social e ajudam a reduzir tensões sociais
Carlos Lopes
Contudo, é importante notar que, enquanto a doação alivia sintomas das desigualdades, ela não enfrenta diretamente suas causas estruturais. “A filantropia também pode ser criticada por legitimar desigualdades ao não enfrentar suas causas estruturais“, ressalta Carlos Lopes. Assim, a cultura de doação no Brasil, embora essencial, precisa transcender respostas emergenciais e se transformar em um hábito cotidiano e estratégico, promovendo mudanças estruturais e justiça social.
Em um mundo cada vez mais marcado por desafios sociais e desigualdades, iniciativas como o AUmigos de Livros, o Jiu Jitsu for Life e o Anjos na Noite provam que a solidariedade e o compromisso podem transformar realidades. Essas histórias, que inicialmente parecem distintas, convergem em um ponto em comum: a doação de tempo e recurso sem esperar nada em troca.
Transformando Vidas com Páginas e Patinhas
A jornada da advogada e professora universitária Magali Gláucia, 37 anos, deu início a um projeto que mudaria não apenas a própria vida, mas, também, a de centenas de animais abandonados e de pessoas apaixonadas pela leitura. O projeto AUmigos de Livros, idealizado inicialmente como uma forma de redenção após comprar um cachorro pela internet e se arrepender ao perceber o comércio por trás desse ato, rapidamente cresceu e se tornou uma ONG regulamentada em outubro de 2020.

Combinando paixão pela causa animal e pela literatura, Magali começou separando livros da própria coleção para vendê-los no Instagram e enviar o dinheiro arrecadado para a ONG Ame um Pet. O sucesso da iniciativa a levou a mobilizar os alunos, que passaram a doar livros e a atuar como voluntários. Em cinco anos, a AUmigos de Livros arrecadou mais de R$ 422 mil com os valores catalogados e com prestação de contas com total transparência.
O projeto se destaca ao promover a leitura acessível e, ao mesmo tempo, salvar vidas animais. A advogada, voluntária e catsitter Maíra Loss Carmo explica que a venda dos livros não só incentiva o hábito da leitura, mas, também, democratiza o acesso à cultura com preços mais baixos. Clássicos como os de Gabriel García Márquez e Jane Austen, além de títulos em alta no TikTok, como os de Colleen Hoover, têm grande saída, o que ajuda a manter a ONG financeiramente estável.
“Os livros nos salvam todos os dias”, afirma Maíra. Segundo a advogada, os recursos são essenciais para cobrir custos com lares temporários, ração, vacinas, tratamentos veterinários e outros cuidados para os animais resgatados, já que o projeto não possui abrigo próprio.
Ao longo da trajetória, o AUmigos de Livros acumula histórias emocionantes de resgates e superação. Entre os casos mais marcantes estão o de Lentilha, um bull terrier resgatado em estado grave, mas que, hoje, está completamente recuperado e pronto para adoção. E, ainda, de Baleia, uma cadela que vivia em uma aldeia indígena em Aracruz, norte do Espírito Santo, e hoje está segura em um lar temporário. sses casos mostram o impacto direto do trabalho da ONG na vida dos animais.

Ver as vidas mudadas, como um animal que, finalmente, encontra um lar, é o que nos motiva a continuar
Maíra Loss Carmo
Apesar do sucesso, o projeto enfrenta desafios constantes, como a falta de engajamento de mais pessoas. Atualmente, cerca de 15 voluntários atuam ativamente, participando de feiras, buscando doações de livros e ajudando em eventos. “Se cada um ajudasse um pouco, o peso não ficaria tão grande para os voluntários mais comprometidos”, observa Maíra.
Além disso, a ONG luta para superar o desânimo causado pela falta de apoio governamental e pelo grande volume de pedidos de ajuda. No entanto, a dedicação e o amor pela causa animal fazem com que a equipe siga firme. As formas de contribuir com o AUmigos de Livros são diversas. Desde ações simples, como compartilhar conteúdos nas redes sociais e divulgar rifas, até a doação de livros e a participação em feiras ou eventos. Outra opção é abrir as portas de casa para ser um lar temporário para animais resgatados, uma ajuda crucial para o sucesso das adoções.
Para quem deseja atuar como voluntário, o projeto mantém um grupo no WhatsApp, onde organiza pedidos de ajuda. “Quem se envolve sente uma alegria indescritível ao ver a transformação na vida desses pequenos”, afirma Magali.
A engenheira civil Beatriz Reis Lyra, 28 anos, é voluntária do AUmigos de Livros desde 2018 e compartilhou um pouco da experiência com o projeto. Apaixonada por animais desde sempre, Beatriz conheceu o projeto por meio de uma colega de estágio. Ela começou a acompanhar as vendas de livros e, quando soube que o AUmigos de Livros precisava de voluntários para um evento de adoção, decidiu participar.
Eu gostei tanto do ambiente. Gosto de estar perto de animais e de pessoas que querem tanto o bem desses animais. É um ambiente muito gostoso, de muito carinho e dedicação. Ver a diferença que fazemos na vida de cada animal nos motiva a continuar e a querer ajudar mais. Mesmo que, às vezes, pareça uma pequena ação, a diferença é imensa para quem recebe
Beatriz Reis Lyra
Beatriz destaca ainda que uma das partes favoritas de ser voluntária são as feiras de adoção. Ela diz que passa o dia com os animais, se sente fisicamente cansada, mas mentalmente recuperada e renovada. “É realmente uma coisa que me faz muito bem pessoalmente. Por meio do AUmigos de Livros, conheci outros projetos incríveis e, hoje, sou voluntária também em outras ONGs”, afirma. Para Beatriz, a experiência a fez intensificar ainda mais o amor por animais e o compromisso com causas sociais.
O trabalho no AUmigos de Livros exige dedicação, mas é recompensador. Como resume Maíra: “a causa animal merece nosso tempo e atenção“. Por isso, o projeto segue firme em sua missão de transformar vidas, seja por meio da leitura ou do resgate e cuidado de animais vulneráveis. Afinal, como dizem os voluntários: “Nada paga o sorriso de um animal resgatado e o prazer de ver uma vida transformada”.
Tatame de Oportunidades e Valores para Crianças e Adolescentes
Enquanto Magali encontra redenção por meio da literatura e dos animais, o barbeiro Valdir Cesar Moraes, 52 anos, utiliza a arte marcial como ferramenta de transformação pessoal e social, unindo técnicas de defesa pessoal, formação de caráter e evangelismo. No coração da Praia do Morro, em Guarapari (ES), o projeto Jiu Jitsu for Life é um porto seguro para crianças e adolescentes.
A inspiração para criar o projeto veio da própria trajetória de Valdir. Do mesmo jeito que foi impactado por um projeto social no passado, Valdir sentiu o desejo de retribuir. Em parceria com o pastor Joseny Calente, da Igreja Batista da Praia do Morro, o Jiu Jitsu for Life tomou forma após meses de planejamento.
Queríamos algo mais do que competitivo. Nosso foco é usar o jiu-jitsu como uma ferramenta de formação e apoio às famílias
Valdir Cesar Moraes
O projeto busca mais do que ensinar técnicas de luta. O objetivo é formar cidadãos melhores, promovendo valores como respeito, honestidade, disciplina e empatia. Além disso, o tatame se tornou um espaço para evangelizar e fortalecer laços familiares.
Entre as histórias de impacto, Valdir relembra dois casos emocionantes: um aluno autista que inicialmente resistiu a entrar no tatame e, hoje, é ativo e participativo, e um jovem que chegou com problemas de disciplina e, atualmente, atua como auxiliar no projeto. “Essas transformações mostram o poder do jiu-jitsu como ferramenta de mudança”, destaca.
Pais e alunos relatam os benefícios das aulas, destacando a oportunidade de aprendizado, disciplina e superação em um ambiente acolhedor e inclusivo.
Mesmo estando ainda em desenvolvimento, o projeto, que teve início em fevereiro de 2024, já conta com inúmeros casos de sucesso. Pais e alunos relatam como as vidas têm sido transformadas por meio do esporte, promovendo, não somente um bem estar físico, mas, também, colaborando com a saúde mental.
A manicure Maria do Carmo da Mata, 43 anos, mãe de Davi Luiz da Mata Santiago, 9 anos, aluno do projeto, expressa a gratidão: “O jiu-jitsu tem sido uma ferramenta incrível na vida do meu filho, que tem ansiedade. Ele se sente motivado a dar o melhor e fazer o professor, Valdir, se orgulhar. Valdir é um exemplo de dedicação. Ele ensina com carinho e sem cobrar nada. É triste ver que muitos projetos como esse não recebem apoio adequado, mas com Deus e o esforço de Valdir, Wagno e Cláudio, o projeto já trouxe muitos frutos, incluindo medalhas em campeonatos. A mudança é visível e traz felicidade para toda a família.”
Valdir enfrenta diversos desafios, como conciliar o trabalho na barbearia com as aulas, montar e higienizar os tatames e lidar com o público infantil, que exige estratégias pedagógicas específicas. Para superar essas dificuldades, ele investiu em cursos e trocas de experiências com professores mais experientes. Outro desafio é a falta de recursos. O projeto, que atende 52 alunos entre 5 e 13 anos, conta apenas com o apoio da Igreja Batista da Praia do Morro, que cede o espaço e ajuda com algumas despesas.
No entanto, há uma necessidade urgente de parcerias para custear quimonos, equipamentos e inscrições em competições. Apesar das limitações, os alunos do projeto já participaram de três competições em nove meses, conquistando diversas medalhas. O objetivo agora é expandir, proporcionando instalações melhores e ampliando a participação em torneios nacionais e internacionais.

Queremos que o Jiu Jitsu for Life seja um espaço de transformação ainda maior. Nosso objetivo é que as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade encontrem apoio e oportunidades para crescer
Valdir Cesar Moraes
Para Valdir, o jiu-jitsu é muito mais do que uma arte marcial. Ele transformou sua vida, ajudando-o a superar um período de depressão e a adotar hábitos mais saudáveis. Hoje, ele busca transmitir essa mesma experiência aos alunos. “O jiu-jitsu nos ensina que nunca perdemos, sempre aprendemos. No tatame, todos são iguais, independente de idade, sexo ou condição social”, reflete.
A comunidade pode apoiar o projeto por meio de doações ou parcerias. Interessados devem procurar a secretaria da igreja ou entrar em contato diretamente com o pastor Joseny Calente. Com o Jiu Jitsu for Life, Valdir sonha não apenas em formar atletas, mas em contribuir para uma sociedade mais solidária e cheia de cidadãos comprometidos com o bem-estar do próximo.
Luz e Acolhimento para quem Vive à Margem da Sociedade
Igual a Magali e Valdir, Vinícius Maia, 28 anos, também encontrou a missão na redenção e na empatia. Psicólogo e fundador do Anjos na Noite, ele dedica a vida a apoiar pessoas em situação de rua na Grande Vitória, região metropolitana do Espírito Santo. Com quase 14 anos de atuação, o projeto combina assistência imediata com soluções de longo prazo, como encaminhamentos para tratamentos e reinserção social.
As dificuldades enfrentadas pelo projeto são inúmeras, mas uma das mais marcantes é convencer as pessoas em situação de rua a aceitarem ajuda. Vinícius conta que muitas pessoas não reconhecem que têm um problema de saúde, especialmente relacionado à dependência química, e acreditam que, com um emprego ou uma casa, conseguem superar a situação. No entanto, ele ressalta que a realidade é diferente. A recuperação muitas vezes exige não apenas assistência humanitária, mas, também, tratamento clínico e pedagógico.

Entre as inúmeras vidas transformadas pelo Anjos na Noite, Vinícius destaca o caso de um homem que, após perder tudo devido ao vício em crack, encontrou uma nova chance. Encaminhado a uma clínica de recuperação, ele reconstruiu a vida, restaurou o casamento e hoje é empresário, ajudando outras pessoas a superar os mesmos desafios. “Esse é um dos muitos exemplos que mostram como a dedicação pode gerar mudanças reais“, afirma Vinícius.
O equilíbrio entre assistência imediata e soluções duradouras é um dos pilares do projeto. Ele enfatiza que, embora o socorro imediato seja importante, apenas ele não resolve o problema estrutural.
Nós vamos às ruas à noite, oferecemos alimentos e apoio imediato, mas nosso foco principal é encaminhar essas pessoas para comunidades terapêuticas para recebem tratamento e suporte para uma inserção completa na sociedade
Vinícius Maia
Vinícius analisa também o papel da sociedade na compreensão das causas da vulnerabilidade social. Ele destaca que, com o aumento da população em situação de rua – atualmente estimada em 300 mil pessoas no Brasil –, e a associação frequente desse grupo a pequenos delitos, a empatia da sociedade tem diminuído. “A sociedade está cansada, mas é importante lembrar que muitas dessas pessoas estão doentes e a falta de mecanismos públicos adequados agrava o problema”.
Vinícius relata que a solidariedade é essencial para a redução das desigualdades. Ele defende um olhar mais humano e igualitário para as pessoas em situação de rua, reconhecendo, assim, a dignidade desses seres humanos. Ele reforça que apenas ações solidárias não são suficientes e que é fundamental que políticas públicas eficazes sejam implementadas.
Não podemos esperar que apenas indivíduos ou organizações resolvam um problema tão complexo, que envolve saúde, segurança e educação. É preciso unir esforços entre sociedade, iniciativas privadas e governo para buscar soluções efetivas
Vinícius Maia
Neste sentido, Vinícius afirma que o projeto Anjos na Noite é mais do que uma ação social. É um chamado à empatia e à transformação. Ele lembra a todos que, mesmo nas noites mais escuras, há sempre anjos dispostos a iluminar o caminho de quem precisa.
Propagando Amor
Histórias como as de Magali Gláucia, Valdir Moraes e Vinícius Maia mostram na prática como o amor e a dedicação são capazes de transformar a realidade das pessoas. No AUmigos de Livros, Magali uniu a paixão por animais e literatura para criar um projeto que têm salvado centenas de animais abandonados. Já Valdir, com o Jiu Jitsu for Life, utiliza a arte marcial como ferramenta de bem-estar e autoconfiança para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Por sua vez, Vinícius, com o Anjos na Noite, dedica-se a resgatar pessoas em situação de rua, trazendo-os à oportunidade de sentirem-se novamente dignos e parte da sociedade.
Assim, neste cenário de doação e entrega total, a motivação para o trabalho voluntário, segundo informações do Instituto Mol, está fortemente ligada ao senso de comunidade e reciprocidade. Muitas pessoas se engajam movidas pela possibilidade de transformar realidades e oferecer conforto a quem precisa. Cada vez mais causas são amparadas e é despertado o senso de solidariedade naqueles que buscam um propósito de vida.
Pesquisas indicam que a cultura de doação no Brasil ainda enfrenta desafios para se consolidar, mas momentos de calamidade, demonstram o potencial transformador do voluntariado. Nos projetos citados ao longo do texto, o amor e a perseverança superam a falta de recursos governamentais e a complexidade das causas. No Anjos na Noite, por exemplo, Essa rede de apoio e transformação só é possível graças à entrega apaixonada dos voluntários.

A beleza do trabalho voluntário está na capacidade de unir pessoas de diferentes origens em prol de um objetivo comum: dar sentido a outras vidas. Seja ao oferecer um lar temporário para animais resgatados, ensinar valores em um tatame ou acolher pessoas em situação de rua, os voluntários mostram que pequenos gestos de amor podem iluminar os caminhos mais difíceis.
Redes Sociais
Atualmente, as redes sociais são grandes aliadas na angariação de recursos e se tornado uma ferramenta indispensável para ONGs e projetos sociais que operam sem apoio governamental. De acordo a Pesquisa Doação Brasil de 2022, 36% dos brasileiros realizaram doações institucionais, sendo que jovens da Geração Z foram fortemente influenciados por redes sociais e influenciadores digitais na decisão de apoiar causas. Um em cada quatro jovens cita as redes sociais como fator determinante na escolha de contribuir com uma causa, o que destaca o papel dessas plataformas em mobilizar novas gerações e conectar instituições a potenciais doadores de maneira eficaz e direta.
Além de atrair recursos financeiros, as redes sociais ajudam ONGs e projetos sociais a construírem uma reputação sólida e ampliarem a base de apoiadores. A visibilidade proporcionada por essas plataformas é crucial para instituições que não possuem outros canais de divulgação. Iniciativas como campanhas de doações via PIX, por exemplo, têm encontrado nessas redes um meio acessível e escalável para arrecadação. Com o Brasil estimando R$ 12,8 bilhões em doações para ONGs em 2022, grande parte desse montante foi impulsionada por estratégias digitais criativas e de engajamento.
Os voluntários também exercem um papel essencial no impulsionamento das ações ao inspirar outras pessoas com seus gestos e criar uma grande corrente de solidariedade. Mesmo com desafios econômicos, a contribuição de cada voluntário, seja em projetos de educação, saúde ou combate à fome, é uma prova de que pequenos gestos podem gerar impactos duradouros na sociedade.
Afinal, doar tempo também gera impacto contínuo. Além de ajudar populações vulneráveis, os voluntários atuam como embaixadores da cultura de doação, inspirando outros a se engajarem. No entanto, para consolidar essa prática como hábito, é essencial desmistificar preconceitos, integrar a doação ao cotidiano e valorizar o trabalho daqueles que doam seus talentos para transformar vidas.
Edição: Ester Tavares
Imagem do Destaque: Apolismara Lima