OPINIÃO – “Jogos Vorazes: Em Chamas” faz críticas ao sistema capitalista e à opressão que o povo enfrenta

O Segundo livro da franquia “Jogos Vorazes” traz abordagens sobre temáticas envolvendo a manipulação midiática, a política capitalista e a sobrevivência do povo na sociedade

Capa do Livro: Em Chamas (Imagem: Divulgação/Editora Rocco)

Lara Elis

Jogos Vorazes: Em Chamas” é o segundo livro da trilogia literária escrita por Suzanne Collins, que aborda a manipulação midiática e a política capitalista. Logo após vencerem a 74ª edição dos Jogos Vorazes, as atitudes desafiadoras de Katniss e Peeta, protagonistas do primeiro livro, acabam inspirando uma rebelião contra a opressiva Capital em favor dos distritos. Agora, para sobreviverem, Katniss e Peeta devem manter as aparências e transmitir a ideia de que os últimos acontecimentos nos jogos não geraram consequências ou traumas.

Neste segundo livro, a temática principal é o grande controle do governo sobre a vida dos protagonistas, mostrando novamente que o verdadeiro perigo não está nas arenas dos jogos, mas na própria sociedade. Um personagem que é mais aprofundado nesta continuação e se torna peça-chave para vários acontecimentos da história é o presidente da Capital, Coriolanus Snow.

Snow é um personagem extremamente complexo e repleto de segredos ocultos, aparentando ser um homem gentil e elegante para o público. O presidente revela-se um verdadeiro tirano ao perceber que as atitudes de Katniss na arena geraram faíscas de uma possível rebelião contra a Capital e, principalmente, contra ele próprio.

Pôster do Filme Jogos Vorazes: Em chamas (Imagem/Divulgação)

A autora insere no enredo reflexões sobre a manipulação midiática e a política capitalista presentes na história. Tanto Katniss quanto Peeta, para se protegerem e sobreviverem ao sistema, são obrigados a sacrificar suas vidas privadas em prol do entretenimento alheio. Essa situação apresenta uma inquietante semelhança com a realidade atual, podendo até ser comparada à dinâmica da política do cancelamento nas redes sociais.

Mesmo tendo sido lançado há 13 anos, os temas que Suzanne continuam extremamente atuais. Assim como no primeiro livro, ela consegue manter a história fluida e cativante, novamente levando o público jovem a se questionar e a buscar entender até onde essas faíscas podem atingir o sistema imposto nessa distopia. O segundo livro, assim como o primeiro, levanta questões sociais e políticas, funcionando como uma conversa direta com os jovens leitores.


Edição: Lara Elis

Imagem do Destaque (Home): (Imagem/Divulgação)