‘Atlas das Mulheres’ desvenda histórias e constrói uma nova realidade para o Espírito Santo

O “Atlas das Mulheres” do Espírito Santo é um projeto da Secretaria Estadual das Mulheres (SESM) e conta com a parceria da FAESA. O Projeto pesquisa a realidade das mulheres do Estado e tem o objetivo de promover a igualdade e o enfrentamento de violências

Camila Buzzette

O “Atlas das mulheres” do Espírito Santo é um projeto de pesquisa sobre as mulheres capixabas. O Projeto busca dar visibilidade às diversas histórias e aos diversos modos de viver que a mulher capixaba enfrenta no dia a dia. Essas mulheres têm uma trajetória de vida, não são apenas números e estatísticas, que é construída de realidades a serem contadas, registradas e conhecidas.

Auditório lotado em meio ao lançamento do projeto Atlas das Mulheres (Foto: Camila Buzzette)

O projeto “Atlas das Mulheres” do Espírito Santo pretende fazer um “mapa” das mulheres do Estado, não somente no âmbito quantitativo de uma pesquisa, mas, também, o qualitativo. A realização do projeto ficou por conta do programa Mulher Viver+ do Governo do Estado do Espírito Santo via a Secretaria das Mulheres. A iniciativa possui, ainda, como parceria: a FAESA Centro Universitário, o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER).

O “Atlas das Mulheres” possui como coordenadora a socióloga, mestre em políticas sociais e doutora na área rural, Jaqueline Sanz. A coordenadora acredita na necessidade desse projeto, no conhecimento dessas realidades, perpassando por meio dos números, olhando de forma profunda essas histórias.

Os números são extremamente importantes. Eles me dão muita base, mas eu queria uma coisa qualitativa: as histórias e o rosto dessas mulheres

Jaqueline Sanz
A coordenadora do Atlas, Jaqueline Sanz, palestrando no lançamento do Projeto (Foto: Camila Buzzette)

Focando na realidade feminina no estado do Espírito Santo, o “Atlas” possui numerosos seguimentos das diversas realidades das mulheres, como: Mulheres na ciência, Mulheres na política, LBTI+ e Mulheres com deficiências. Por meio da coleta e análise dos dados, o “Atlas” será capaz de se tornar uma base para pesquisas e um instrumento técnico para a implementação de políticas para transformar realidades. Dessa forma, o projeto contribui, também, para a promoção da igualdade e ao enfrentamento das diversas violências.

A equipe desse projeto é tão multidisciplinar quanto o projeto em si. O grupo é composto por 11 pessoas, sendo nove mulheres e dois homens. As ocupações variam desde a jornalistas até a geógrafos, sendo, então, perpassados pelas diversas ciências educacionais existentes.

Equipe multidisciplinar do Atlas com alguns colaboradores do projeto (Foto: Heberton Silva)

O projeto possui vários objetivos, sendo eles: reunir um “Atlas” completo e abrangente sobre a realidade das mulheres no Estado, avaliar a situação das mulheres no Estado, desenvolver e divulgar o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) do Espírito Santo, divulgar dados e indicadores sobre a realidade das mulheres no ES e publicar o Atlas das Mulheres do Espírito Santo.

Além dos objetivos, o “Atlas” apresenta certas metodologias. A primeira foi o caráter Interdisciplinar e abordagem, sendo elas qualitativas e quantitativas; a segunda metodologia é a formatação e o conteúdo, em que serão utilizados dados geográficos, estatísticos, sociológicos, históricos, antropológicos, econômicos e socioculturais para melhor abrangência de realidades; a terceira são as técnicas, que utiliza de entrevistas semiestruturadas, análises, estatísticas, pesquisa histórico-documental e rodas de conversa para a coleta de informações.

Dentro do cenário da pesquisa, há uma pergunta de extrema importância que será feita a essas mulheres: O que é ser mulher? É uma pergunta de aparência simples, porém, ela possui uma extrema complexidade e que vai trazer grandes ensinamentos. Cada vivência influencia uma realidade. Ser mulher na ciência não é o mesmo de ser mulher na política, e por que isso? Essa é a importância dessa questão.

Diferença

A atual secretária do Estado das Mulheres, Jacqueline Moraes, acredita na diferença que o “Atlas” vai gerar a sociedade, não somente para as mulheres, mas para toda a sociedade. A ideia é sempre dar um rosto a essas mulheres e a essas diversas realidades.

A secretária do Estado das Mulheres, Jacqueline Moraes, mostrando no evento de lançamento do Atlas os objetivos do Projeto (Foto: Camila Buzzette)

Já temos os números das mulheres que, por exemplo, não são alfabetizadas no Espírito Santo. Agora, por que? Eu encontro o “porquê” que elas não tiveram e o porquê dessa não oportunidade. Foi falha do Estado como promotor dessa política pública de ter que segurar muitas vezes na mão? Foi o que aconteceu? Eu penso que essa história fortalece a nossa existência e fortalece as ações da secretaria

Jacqueline Moraes

Edição: Camila Buzzette

Foto do Destaque (Home): Camila Buzzette