Roda de Conversa- Violência Contra a Mulher

O Centro Universitário FAESA e a Secretaria Estadual das Mulheres firmaram uma parceria para propor reflexões e criar ações para enfrentar a violência contra a mulher

Alguns alunos, professores, funcionários da FAESA e convidados que participaram da roda de conversa (Foto: Isadora Altoe)

Camila Buzzette

O Centro Universitário FAESA abriu as portas para uma parceria com a Secretaria Estadual das Mulheres (SESM) com o intuito de criar ações para o enfrentamento da violência contra a mulher. Com essa parceria, houve uma roda de conversa que abordou o bem-estar feminino, os tipos de violência, a lei Maria da Penha e os projetos que estão sendo realizados em prol dessas urgências.

A pró-reitora da FAESA, professora Carla Letícia Alvarenga Leite, recebeu a secretária Estadual das Mulheres, Jacqueline Moraes, e equipe dela para refletir essa questão social que tanto aflige a sociedade. Juntas, elas abriram a palestra assinando um termo de parceria entre a FAESA e a Secretaria das Mulheres.

Jacqueline Moraes e Carla Letícia assinando o termo de união entre o Centro Universitário FAESA e a Secretaria das Mulheres (Foto: Isadora Altoe)

A assessora da Secretaria Estadual das Mulheres Jaqueline Sanz foi a responsável por dar continuidade à reflexões e apresentou os trabalhos realizados em prol da mulher, seus objetivos e desafios. Surgindo, oficialmente, em janeiro de 2023, a Secretaria Estadual das Mulheres busca promover a qualidade de vida, de educação, de elaboração de políticas afetivas, de reduzir a violência e de fortalecer o protagonismo da mulher na sociedade atual.

Jaqueline Sanz apresentou ainda durante a palestra alguns projetos que são destaque: Conexões Quilombolas, Atlas das Mulheres do Espírito Santo, Programa de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher e o Mulher Viva+. Os projetos, respectivamente, visam: a avaliação dos impactos socioeconômicos do acesso a políticas públicas em comunidades quilombolas do ES; realizar pesquisas quantitativas e qualitativas acerca da realidade de diversas mulheres do Estado; implementação de um programa de combate à violência, com ações e protocolos; promover a equidade, igualdade e enfrentar a violência.

Jaqueline Sanz apresentando os projetos da Secretaria Estadual das Mulheres (Foto: Isadora Altoe)

Jacqueline Moraes, a psicóloga Fabiana Malheiros e a professora FAESA Mirella Bravo trouxeram para a roda de conversa assuntos importantes para o debate. A professora Mirella, que também é participante da equipe Atlas das Mulheres, começou a reflexão com uma pergunta crucial: “O que é a violência?”. A violência pode ser psicológica, moral, patrimonial e física. Fabiana Malheiros apresentou também que a violência vai muito além de agressões físicas e o abuso começa muito antes, o que dificulta as mulheres de entenderem que estão sendo de fato violentadas.

A violência não é um corte, uma facada. Ela vem muito antes disso. Ela começa de forma moral: “você tá muito gorda, para onde você pensa que vai com essa roupa, você não é capaz”

Fabiana Malheiros
Professora Mirella Bravo, Jacqueline Moraes e Fabiana Malheiros na roda de conversa (Foto: Isadora Altoe)

A Lei Maria da Penha não ficou de fora das reflexões. A Lei, que surgiu após Maria, uma mulher comum, ficar paraplégica, depois de anos de agressões e tentativas de homicídio praticado pelo então marido na época. Essa Lei teve suma importância para a proteção das mulheres. Ela Maria da Penha visa categorizar as violências, gerar abrigo às mulheres que enfrentam riscos e perigo de morte eminente e punir adequadamente os agressores.

As agressões podem ocorrer por diversos motivos, como, por exemplo, a vulnerabilidade da pessoa. É confirmado que a maioria das violações ocorre com meninas com idade de 13 anos para baixo ou jovens alcoolizadas e drogadas. Outro motivo que leva à violência é o empoderamento feminino, pois gera o descontentamento dos homens. A educação patriarcal é outro fator motivador, pois coloca os homens como superiores às mulheres.

O ciclo da violência é quando você começa o romance, as discussões, os momentos de tensão, a violência, a lua de mel. Ciclo vicioso que dura em média 3 anos. Ou ela sai do ciclo ou ela morre

Fabiana Malheiros
Fabiana Malheiros apresentando o ciclo em que ocorre a violência contra a mulher (Foto: Isadora Altoe)

Fabiana cita ainda uma frase do educador Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo“. Sendo assim, a união entre a Secretaria Estadual das Mulheres e o Centro Universitário FAESA pretende promover o conhecimento para mudar a vida de milhares de mulheres e, assim, transformar o mundo.


Edição: Camila Buzzette

Foto do Destaque: Núcleo de Jornalismo do Lacos/Isadora Altoe