‘Setembro é tempo de …’ – Rede de Apoio para Pessoas com Depressão
A Rede de Apoio para pessoas com depressão possui um papel fundamental para proporcionar confiança, afeto, resistência, bem-estar e estabilidade na saúde mental
Amanda Miranda e Natan de Oliveira
Este texto faz parte de uma série de conteúdos destinada a promover o ‘Setembro Amarelo’. A ideia é conscientizar a sociedade sobre a importância que cada vida tem e, ainda, ajudar na prevenção ao suicídio. Confira os conteúdos da série idealizada pelo Lacos – “Setembro é tempo de …”: “História e Importância do Setembro Amarelo” e “Inclusão e Acolhimento”
Pessoas que sofrem com a depressão e outros transtornos psicológicos não conseguem se curar e passar pelas dificuldades da doença sozinhas. Por isso, é essencial ter uma rede de apoio consciente e preparada para lidar com pessoas em situações de vulnerabilidade psicológica. Amigos, familiares e instituições formais possuem um papel importantíssimo na luta conjunta contra a depressão.
Neste mês, o Laboratório de Comunicação e Mercado (LACOS) está realizando uma campanha para o Setembro Amarelo. O tema sobre a Rede de Apoio levanta várias reflexões a respeito do papel da sociedade na luta da prevenção ao suicídio, além de mostrar ser extremamente importante incluir a pauta nos debates e percepções sociais sobre a temática da doença.
A psicóloga Ana Clara da Costa Silva relata a necessidade da construção de uma Rede de Apoio formal com profissionais de diversas áreas para o equilíbrio na vida do paciente. Ana Clara considera, também, essencial manter o diálogo com a família da pessoa com depressão, criando, assim, um vínculo para o bem-estar e ajudando a compreender as necessidades de cada pessoa.
Ana Clara compartilha que, muitas vezes, o tempo do psicólogo com o paciente é curto. Então, é importante existir uma dinâmica de apoio fora do consultório para auxiliar na melhora do paciente. Ela explica como a Rede de Apoio constrói confiança, facilitando o dia a dia do indivíduo e desenvolvendo uma saúde mental com estabilidade. Ela diz, também, que a sociedade deve ser conscientizada sobre a depressão, gerando, assim, Redes de Apoio preparadas para lidar com a condição.
Eu vejo um crescimento na busca de conhecimento sobre a depressão, mas ainda existe uma parcela que julga muito. As pessoas precisam buscar informações melhores sobre o que é a depressão
Ana Clara da Costa Silva
Mariana, nome fictício, tem 19 anos e é diagnosticada com bipolaridade, além de sofrer, também, com ansiedade generalizada. A jovem passou por diversos episódios depressivos por decorrência da bipolaridade e relata que a rede de apoio dos amigos foi extremamente importante para ela perceber que não estava sozinha na caminhada contra os transtornos mentais que passa.
O apoio familiar, para Mariana, desempenha um papel excepcional na estabilidade do quadro depressivo. Os membros da família fazem parte, na maioria dos casos, do núcleo de convívio cotidiano do indivíduo. Ter essas pessoas por perto ajuda a driblar o pensamento de que a pessoa que está em quadro depressivo não possui apoio nessas situações. Vale destacar que a assistência profissional de psicólogos e psiquiatras que trazem uma linguagem de pesquisa e técnicas para melhorar o quadro do paciente é fundamental.
Mariana compartilha que a Rede de Apoio formal (psicólogos, terapeutas e psiquiatras) ajuda na compreensão de que o episódio depressivo não é eterno e que, com os devidos tratamentos, é possível viver uma vida estável, sem passar por grandes transtornos, o que melhora significamente a qualidade de vida da pessoa.
Apesar de possuir uma Rede de Apoio que é majoritariamente efetiva, a jovem relata que, infelizmente, aos 15 anos, tentou tirar a própria vida. O hospital, nessa situação, não soube lidar de maneira eficaz. Ela relata que ouviu comentários desnecessários no local e que a psicóloga do lugar agiu de maneira ríspida. O caso denuncia a necessidade de se ter profissionais realmente preparados para lidar com diferentes situações e a atenção que as autoridades precisam ter nesse cenário.
A pessoa quando está no episódio depressivo precisa entender que aquilo ali não é para sempre e que você pode ficar bem
Mariana
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A Clínica-Escola de Psicologia da FAESA Centro Universitário atua desde 2004, oferecendo atendimento à comunidade. O atendimento é realizado por alunos estagiários orientados por docentes do curso de Psicologia da FAESA. O atendimento na Clínica pode ser agendado por ligações, mensagens no WhatsApp ou com o preenchimento do formulário disponível no site do ambiente. O horário de funcionamento da Clínica é segunda à sexta-feira, das 7 horas até às 21:45.
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O Centro de Valorização à Vida (CVV), número 188, está disponível 24 horas para ajudar e escutar quem precisar. Se conhecer alguém que precise de ajuda, escute e contribua para a Rede de Apoio do próximo.
Edição de texto: Natan de Oliveira
Imagem do Destaque (Home): Núcleo de Publicidade do LACOS/Alyson Ferreira