Emilly Dias e Hugo Dadalto

Os painéis solares deram uma “nova roupagem” aos telhados das residências de muitos brasileiros. A energia solar, conhecida por ser uma opção energética renovável e que não agride o meio ambiente, mostra caminhos promissores para o desenvolvimento de um futuro mais ecológico e sustentável. Além disso, ela beneficia, ainda, as pessoas que optam por essa fonte, diminuindo o valor que necessitam gastar mensalmente com as despesas de eletricidade e reforçam o compromisso dos indivíduos com a preservação dos recursos naturais do planeta.

O empresário Sérgio Sperandil foi um dos que optaram por equipar a moradia em que vive com as placas solares. Ele utiliza essa fonte há 6 anos e conta que, logo nos primeiros meses após a instalação, viu diferença no valor da conta de luz. Economizar financeiramente e a preocupação com os recursos energéticos do planeta foram os principais motivos que o incentivaram a escolher a energia solar. Sérgio diz, ainda, ter feito uma excelente escolha e estimula as pessoas a adquirirem o equipamento.

Já a comerciante Lucineia Martins relata ter mais tranquilidade e estabilidade quando implementou a energia solar no estabelecimento em que é dona. Ela diz que o alto consumo de energia encarecia muito a conta que pagava. Assim, nos 4 meses desde que fez a compra dos painéis, conseguiu reduzir bem mais que 50% do que precisava desembolsar mensalmente para arcar com as despesas elétricas. Além do ponto comercial, as placas também estão presentes no domicílio da empreendedora.

Do mesmo modo que Sérgio, a economia mensal também foi um estímulo para proprietária do comércio obter esses serviços. Lucineia acrescenta também que, ao adotar o uso dessa energia, estaria contribuindo para a sustentabilidade. No entanto, ela pontua que os custos para ter a energia solar deveria ser mais acessível a todos. A gestora da empresa pensa que dessa forma seria possível fazer o uso da disponibilidade de sol presente no ambiente e mais pessoas teriam a chance de aproveitar os benefícios desse provedor de energia.

No Brasil, cerca de 78,5% dos sistemas de produção desse tipo de energia, em 2023, estão instalados sobre as casas, segundo o Panorama da Energia Solar no Brasil. A porcentagem corresponde a mais de dois milhões de telhados com sistemas de geração energética por meio do sol conectados à rede de energia. Os números são da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar) junto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O professor, pesquisador da área e coordenador interino dos cursos de Engenharia da FAESA Centro Universitário, Warley Teixeira, explica que a popularização da energia solar se deu, especificamente, a partir de 2015. Ele diz que uma alteração na resolução 687 desse ano, que regulamenta o uso dessa alternativa elétrica, permitiu que a energia produzida em determinada moradia fosse compensada em outros endereços. Com isso, mais indivíduos se interessaram. Ele salienta que, atualmente, o alto custo para instalação ainda é um impasse para que mais pessoas conquistem essa fonte energética.

Em relação à redução no valor da conta de luz, Warley afirma que ela varia, principalmente, conforme o consumo de cada local e as taxas cobras pela concessionária que administra a rede de energia de cada região. Para grandes consumidores, como, por exemplo, indústrias, a economia pode chegar a 80%. Ele acrescenta também que as placas solares possuem uma vida útil de 26 a 30 anos de uso, em média.

O especialista fala com entusiasmo sobre o novo caminho mais sustentável que as fontes energéticas estão ganhando no Brasil. O coordenador relata que não há dúvidas de que a energia solar irá se expandir cada vez mais. Warley revela o desejo que tem de conceder a indivíduos mais necessitados a chance de se beneficiar com energia solar.

Mercado

A busca crescente por empresas que ofertam o serviço de instalação de energia solar promoveu o crescimento desse setor. O panorama da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostra que, desde 2012, foram arrecadados R$ 46,7 bilhões em tributos e mais de um milhão de postos de trabalho surgiram nesse ramo. No Espírito Santo, de 2022 para 2023, houve um crescimento de 133% na procura da eletricidade originada da luz do sol, considerando a energia aplicada em indústrias, moradias, estabelecimentos comerciais e outros negócios.

O empresário e proprietário da Pratic Energia Solar, Geovani Ramalho, observa esse aumento nas vendas da empresa que gerencia. Ele diz instalar de quatro a cinco placas fotovoltaicos por mês e, mesmo com a chamada “taxação do sol” que cobra pelos custos dos painéis conectados à rede de energia, os consumidores não desanimaram de fechar negócio. O empreendedor reafirma que os clientes contratam os serviços ofertados pensando tanto na redução do valor da conta quanto por ser uma fonte de energia limpa.

Com base nos dados da Absolar, o Brasil ocupa o 8° lugar na classificação dos dez países que mais produzem energia solar no mundo. A fonte gerada por meio da luz do sol representa 15,0% da matriz energética nacional. Entretanto, a maioria da eletricidade fabricada em território brasileiro vem das hidroelétricas. Conforme mostra o panorama da Associação, essa fonte que converte a força das águas em energia elétrica é a base do país, com um percentual produtivo de 50,1%.

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Edição: Hugo Dadalto

Imagem do destaque: Hugo Dadalto