Pesquisa em Foco – “Design e Mata Atlântica: aprendizagem e criação inspirada na natureza”

Hugo Dadalto

De que maneira o design poderia colaborar para a manutenção da Mata Atlântica? Esse é o principal questionamento que o projeto de pesquisa “Design e Mata Atlântica: aprendizagem e criação inspirada na natureza” busca responder. Coordenado pela professora do curso de Design da FAESA Centro Universitário Juliana Colli, a pesquisa tem o objetivo refletir as diferentes maneiras que essa área do conhecimento pode contribuir para a regeneração do bioma.  Essa é uma publicação de conteúdo da série “Pesquisa em Foco”. A iniciativa busca dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas na FAESA Centro Universitário.

A série de publicações “Pesquisa em Foco” faz parte do conjunto de ações do LACOS e do Mov.ie da FAESA e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES). As pesquisas desenvolvidas são movimentos de incentivo à inovação, à criatividade e ao empreendedorismo e fazem parte do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIC/FAESA) e do Programa Institucional de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIITI/FAESA). A iniciativa envolve alunos dos cursos de graduação da FAESA e permite o desenvolvimento de habilidades de cooperação, criatividade e aprofundamento dos conhecimentos.

A professora Juliana Colli relata que a ideia do projeto veio de uma relação pessoal com a Mata Atlântica. Juliana viveu durante toda a infância no ambiente rural e foi nesse contexto que “nasceu” a conexão dela com o meio ambiente. Após cursar Design e começar a ministrar aulas, ela viu a oportunidade de resgatar essa conexão afetiva. Além disso, as crises climáticas e o modo como afetam o cotidiano, também impulsionaram a realização da pesquisa.

Juliana Colli coordena a pesquisa “Design e Mata Atlântica: aprendizagem e criação inspirada na natureza” (foto: Mara Lima)

Segundo dados divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica, restam apenas 24% da floresta original desse bioma. Nessa porcentagem, apenas 12,4% não sofreu com o desmatamento e, ainda, se encontra preservada. Os números do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da organização mostraram que, nos primeiros cinco meses de 2023, o desmatamento na Mata Atlântica obteve uma redução de 42% em relação ao ano passado. O trabalho para manter essas áreas e evitar a exploração ilegal dos recursos presentes na Mata Atlântica continua.

Acredito que as questões ambientais não podem ficar mais restritas apenas a biologia ou engenharia ambiental, mas todas as profissões, de alguma forma, vão precisar lidar com as questões ambientais de uma maneira mais séria, mais profunda e de uma forma inovadora

Juliana Colli

A pesquisa Design e Mata Atlântica se encontra nas fases iniciais e, até o momento, os membros da equipe estão realizando buscas em materiais bibliográficos para desenvolver as atividades. Juliana Colli explica que ela e a equipe vão investigar algumas experiências criativas, analisá-las e, por meio disso, encontrar formas de como se inspirar na natureza para criar projetos de design que possam beneficiar o planeta. “

Estamos começando. No momento, estamos fazendo uma revisão bibliográfica e estudando o que existe de mais inovador na área acadêmica para entender como aproximamos o design da ecologia, do desenvolvimento sustentável e das áreas afins com o meio ambiente

Juliana Colli

O projeto vai compartilhar os resultados obtidos e as experiências desenvolvidas durante as pesquisas por meio da publicação de artigos científicos. A produção de conteúdo para a internet também está nos planos como mais uma forma de divulgação e aumentar a visibilidade da iniciativa. Juliana afirma que essa é uma boa forma de dialogar com diferentes públicos e permitir que mais pessoas tenham acesso ao material produzido, principalmente os jovens.

A professora pontua que a participação dos alunos nas pesquisas contribui muito para a formação acadêmica deles. Nesse sentido, ela diz que cada participante pode pensar em novas formas do design para auxiliar no processo de melhoria na sociedade e, também, na criação de projetos que sejam inovadores e, ao mesmo tempo, sustentáveis. Dessa forma, eles poderão contribuir para a preservação do meio ambiente por meio de diferentes ideias compartilhadas em grupo.


Edição: Hugo Dadalto

Imagem do Destaque: Núcleo de Publicidade do Lacos/Luke Sampaio