OLHARES: RETRATOS SOBRE O SAGRADO

Maya Dorietto

A Casa Espiritualista Umbandista Canabibi, localizada em Jucutuquara, Vitória, realiza a limpeza espiritual nos médiuns em um rito do sagrado. A limpeza espiritual na umbanda é um processo em que os fiéis buscam se purificar e equilibrar as energias espirituais. Ela pode ser realizada de diversas maneiras: pela reza ou oração, pela meditação, pela irradiação de energias positivas, pela defumação, pelos trabalhos mediúnicos ou pelo o banho de ervas.

A limpeza espiritual tem o objetivo de purificar a alma, equilibrar as emoções e se aproximar dos orixás. A Estrela de Sete Pontas que é utilizada durante a limpeza representa os sete principais orixás cultuados na Umbanda: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iansã e Oxum. 

Conheça os registros fotográfico da série “Olhares: Retratos Sobre o Sagrado“: “Velas: a luz como guia da Fé” , “Umbanda: mais que uma religião, um modo de vida” e “Igreja Universal e a Tradição do Sagrado”

Para conhecer mais sobre a conexão com o divino, as alunas do curso de Jornalismo da FAESA Centro Universitário Laura Souza, Letícia Santos, Mariana Flaurindo, Maya Dorietto participaram de um rito de limpeza do corpo mediúnico na Casa Espiritualista Umbandista Canabibi. O grupo a trouxe o registro fotográfico intitulado “Limpeza Espiritual na Umbanda”.

O documento imagético faz parte do Projeto Integrador II – “Olhares: Retratos Sobre o Sagrado“. Todo o processo de produção da atividade foi orientado pelos professores Fabiano Mazzini, Vitor Jubini e Valmir Matiazzi.

Confira abaixo algumas imagens do registro “Limpeza Espiritual na Umbanda”

Médiuns da casa espiritualista umbandista Canabibi, localizada em Jucutuquara, Vitória, participam do rito de limpeza do corpo mediúnico. Durante a limpeza são solicitadas as informações pessoais dos participantes e é pedido que mentalizem tudo aquilo que desejam descarregar e , também, todas as energias negativas. Os médiuns puxam para si tudo o que é considerado negativo. O posicionamento das mãos significa comprometimento e redenção ao sagrado – Autora da Foto: Laura Souza
A médium de incorporação da casa Canabibi realiza o que é chamado de “puxada” e traz para si, por meio das trocas de energias e usando as mãos, espíritos considerados necessitados de ajuda espiritual em outra médium. As mãos são encostadas nos ombros e quando o médium dirigente dá a permissão, ela puxa para si as energias negativas – Autora da Foto: Maya Dorietto
Momento da reza do Pai Nosso após a ‘puxada’ para o encaminhamento dos espíritos desencarnados necessitados de ajuda e tratamento no mundo espiritual. A posição das mãos simboliza o recebimento das preces para a pessoa e serve, também, como uma benção. Nesse momento, há uma ligação entre o corpo físico com o divino. A umbanda, primeiramente, é luz, caridade, amor e bondade – Autora da Foto: Laura Souza
O médium dirigente risca, no centro da estrela, localizada no chão do terreiro, o ponto de limpeza com pemba (giz ritualístico) para o rito de limpeza do corpo mediúnico e outros ritos. Os pontos riscados servem para fechar, trancar ou abrir o terreiro durante a realização dos trabalhos mediúnicos. Cada médium se posiciona em uma ponta da estrela, totalizando sete integrantes por vez Autora da Foto: Laura Souza
A médium chefe do terreiro Canabibi, Marly, utiliza o colar chamado de Barajas, que é confeccionado com fios duplos enrolados e fechados com uma pequena cabeça decorativa usada para representar os orixás Euá, Nanã, Omolu e Oxumare como modo de simbolizar suas características. Esse colar é usado somente pelos médium mais velhos e experientes na umbanda – Autora da Foto: Laura Souza
As médiuns do terreiro Canabibi Mariana e Bruna realizam um tipo de ritual chamado ‘passe’. O símbolo que elas fazem com as mãos é uma maneira de transferir energia. Elas estão em transe, buscando se conectar com a entidade e, assim, passar pela transição da pessoa para a chegada do espírito, irradiando como costumam dizer na religião – Autora da Foto: Laura Souza
O Congá é um altar onde fica a imagem de Jesus, dos caboclos, santos e outros elementos presentes que representam o sagrado nas crenças umbandistas. A luz azul é usada para transmitir uma sensação de calmaria, enquanto a vela, os lírios e outras plantas são usadas como forma de devoção e aproximação com o divino. O lugar é utilizado para preces e pedidos de orações para os santos – Autora da Foto: Mariana Flaurindo
A médium de joelhos representa um gesto de submissão, respeito, adoração e obediência. Para os umbandistas, essa posição ajuda a fortalecer uma conexão, ligação e intimidade mais forte com esses deuses africanos e a tornar as orações mais fortes e eficazes. Esse é um momento único e íntimo, um encontro que acontece entre a divindade sagrada e o indivíduo para renovarem as forças e se conectar com os orixás – Autora da Foto: Maya Dorietto 

A Cabocla Jurema, imagem representada no quadro exposto no terreiro Canabibi, é uma entidade espiritual que representa a conexão com a natureza e com a energia ancestral. Ela é considerada uma entidade sábia, ligada às matas, às florestas, às ervas medicinais e aos povos indígenas. A Cabocla Jurema é uma curandeira espiritual invocada para auxiliar nas questões de cura, de proteção espiritual e de equilíbrio energético do corpo e do espírito – Autora da Foto: Mariana Flaurindo
A Estrela de Sete Pontas representa os sete principais orixás cultuados na Umbanda: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iansã e Oxum. Cada ponta representa um desses orixás, simbolizando a conexão entre eles e sua influência nas diversas áreas da vida. A Estrela de Sete Pontas, também é conhecida como Estrela Guia ou Estrela de Aruanda, é considerada um símbolo de proteção e orientação espiritual, sendo utilizada em rituais e na confecção de pontos riscados para atrair energias positivas – Autora da Foto: Maya Dorietto

Edição: Redação do FaesaDigital

Imagem do Destaque: Laura Souza