Festival CRIE encerra primeira edição imerso em reflexões sobre transformações tecnológicas e Inteligência Artificial

Hugo Dadalto

O painel “Tecnologias Emergentes” do último dia da programação do Festival CRIE promoveu reflexões profundas a respeito da utilização das tecnologias que modificam completamente o modo de produção e de distribuição de conteúdo no Jornalismo e na Publicidade e Propaganda. O painel, que estimula a troca de conhecimentos sobre comunicação, criatividade, invocação e empreendedorismo, recebeu o líder da Comunidade de Marketing Cloud da Salesforce no ES e egresso da FAESA Centro Universitário, Pablo Vieira; o jornalista e editor-executivo de performance de A Gazeta, Aglisson Lopes; e o redator e head de criação da MP Publicidade, João Pitanga. A mediação do debate foi conduzida pela jornalista, advogada e professora da FAESA Mirella Bravo.

O Festival CRIE faz parte da 22ª Jornada Científica e Cultural da FAESA. O CRIE é uma iniciativa do LACOS e do Mov.ie da FAESA e faz parte de um Projeto que conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES). O Evento reúne alunos dos cursos de Jornalismo, Design e Publicidade e Propaganda, professores, ex-alunos FAESA e profissionais do mercado.

Mirella Bravo, Aglisson Lopes, Pablo Vieira e João Pitanga no painel Tecnologias Emergentes (Foto: Thalita Gomes)

Durante a conversa, Pablo Vieira destacou que a essência da transformação digital está na diminuição do esforço em que usuário precisa fazer para realizar uma atividade. Ele cita, como, por exemplo, a migração do jornal impresso A Gazeta para as plataformas digitais. Nesse processo, a inserção da tecnologia agilizou a logística de distribuição das notícias, facilitando o acesso à informação na palma das mãos. Aglisson Lopes completa a fala de Pablo dizendo que essa aderência permite também mais testes, correções mais fáceis e aumento das metas da empresa que distribui o conteúdo.

Hoje, no digital temos técnicas muito mais eficientes e completas para tomarmos decisões mais rápidas e em tempo real. Isso traz muitas possibilidades para qualquer jornalista ou organização jornalística

Aglisson Lopes

Confira abaixo o registro fotográfico do “Painel Tecnologias Emergentes” realizado pelas alunas do curso de Jornalismo da FAESA Mara Lima e Thalita Gomes

Aglisson Lopes afirma também que a inteligência artificial (IA) pode ser uma grande facilitadora da produção de diferentes produtos jornalístico. Contudo, para ele, ainda há uma resistência no uso dessa tecnologia reforçado pelo discurso da mídia com a mensagem do fim dos postos de trabalho. “Mesmo aplicando essa ferramenta, que é submetida a testes constantemente e ajuda na rotina da redação, todo o conteúdo produzido por ela sempre é checado por humanos antes de ser publicado”.

Já no campo da publicidade, João Pitanga compartilha que as tecnologias artificias foram assumindo o papel de colaboração nas atividades produzidas no cotidiano do publicitário. A inteligência artificial ajudou na rotina do publicitário, permitindo colocar mais ideias em prática com a utilização de menos profissionais e menos recursos financeiros para testar os novos projetos. “Uma imagem para ser produzida para ser utilizada em uma campanha, por exemplo, dependia de vários profissionais e de um tempo muito grande. Agora, é possível fazer rapidamente com a inteligência artificial e com poucos profissionais”.

A Inteligência Artificial chegou mais como ferramenta de ajuda no dia a dia. Uma ferramenta criativa de uso nas agências. E até os clientes tem usado. Ela veio como uma ferramenta poderosa para gente

João Pitanga

Pablo Vieira trouxe para a conversa o campo da ética aplicada nessa nova área da tecnologia. Ele relata que deve-se existir uma atenção para os possíveis vazamentos de dados por serem ferramentas de fácil acesso para o uso público e, ainda, como a inteligência artificial pode beneficiar a sociedade de um modo geral. Nessa mesma perspectiva, Aglisson pontuou a questão ética associada às imagens geradas pelas IA’s, pautada, não somente no direito autoral, mas, também, nas próprias técnicas utilizadas para confeccioná-las.

Nas provocações finais propostas aos convidados pela mediadora sobre realidade virtual e aumenta, João Pitanga destaca que essas inovações trazem vantagens para publicitários por permitirem experiências mais imersivas e interativas para os clientes. O publicitário detalha a aplicação desses meios principalmente em eventos, buscando inserir o consumidor dentro do produto ou serviço oferecido e despertar nele o desejo de adquirir o bem ofertado.

Temos eventos imobiliários, por exemplo, na qual o cliente consegue entrar dentro do apartamento e passear por ele. Então, é uma outra experiência de vendas. Você se sente lá dentro. Isso para quem está vendendo o apartamento é um ganho muito grande, pois aumenta a oportunidade de venda

João Pitanga

Edição: Hugo Dadalto

Imagem do Destaque: Ana Clara Segatto/Núcleo de Publicidade do Lacos