SEGUE A DICA – FERNANDA SANT’ANNA

Julia Campos de Oliveira

O “segue a dica” da semana é com a Fernanda Gonçalves Sant’Anna, 23 anos. Ela é assistente de comunicação do Lacos e egressa do curso de Jornalismo da FAESA Centro Universitário. Fernanda conta que começou a se preocupar com a profissão quando suas respostas infantis não eram mais aceitas e, assim, escolheu ser jornalista com apenas 13 após a indicação de uma professora.  

Quando entendi que o que mais gosto de fazer é ler, escrever e conversar e que essas características formam um bom profissional de jornalismo, eu realmente senti que me encontrei

Fernanda Sant’Anna

Fernanda pretende usar o jornalismo para chamar a atenção das pessoas para o que acontece fora da bolha social, principalmente sobre os problemas sociais do Brasil. “Acredito em um jornalismo que luta pela redução do número de pessoas em vulnerabilidade social”, diz. 

A jornalista e assistente de comunicação do Lacos Fernanda Sant’Anna (Foto: Julia Campos de Oliveira)

A jornalista ainda comenta que sempre preferiu expressar os sentimentos por meio da escrita e que nunca imaginou que o radiojornalismo encheria tanto seus olhos. A partir disso, ela decidiu sair da zona de conforto e produzir um podcast como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). 

Dessa decisão, saiu o Podcast Impacto que abordou os impactos da pandemia na segurança alimentar e nutricional do Brasil. O podcast apresentado, dirigido e editado por Fernanda contou com a presença de especialistas que contribuíram com uma visão ampliada de diversas áreas, além de também compartilhar o ponto de vista e a perspectiva de pessoas que vivenciaram o problema da fome no Brasil.

O resultado final deu tão certo que o trabalho desenvolvido por ela foi selecionado como um dos cinco melhores da região na modalidade de radiojornalismo do 26º Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste. Fernanda ficou extremamente orgulhosa com o reconhecimento. 

Livro

(Foto: Divulgação)

A indicação de livro que Fernanda deixa é “Gostaria que estivesse aqui”, uma obra nacional, escrita pelo jornalista Fernando Scheller. Ela diz que é uma história linda sobre a vida e que se pudesse resumiria a história em três coisas: música, vidas cotidianas e amizade. Em entrevista, o autor do livro diz que essa é uma história que mostra o que a sociedade perdeu com o descobrimento do vírus HIV, mas que não é só sobre isso


A obra se passa no Rio de Janeiro na década de 1980 e mostra ao leitor a vida de cinco personagens que não tinham porquê se cruzarem, mas o destino fez com que eles transformassem a vida uns dos outros. “Gostaria que estivesse aqui” mostra como a sociedade brasileira enfrenta a LGBTQIA+fobia, o machismo e o patriarcado, mas, também, relata a explosão musical da década de 1980, o primeiro Rock in Rio e a criação do Circo Voador. 

Esse livro me marcou de formas que eu não sei descrever. Segue essa dica

Fernanda Sant’Anna

Filme

Pôster do filme “A Sociedade literária e a Torta da Casca de Batata” (Foto: Divulgação)

Já a dica de filme é “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata”. Fernanda indicou esse filme por unir tudo que ela mais gosta: um bom romance histórico em que a trama se desenvolve graças ao amor dos personagens pela literatura. O longa se passa logo após o fim da Segunda Guerra Mundial e conta com a protagonista Juliet Ashton, uma famosa escritora que visita uma ilha que foi invadida pelos alemães durante a guerra após se corresponder com os integrantes da Sociedade Literária que dá nome ao filme. 

Fernanda acredita que as obras de ficção não existem apenas para entreter e a indicação também faz uma crítica ao regime nazista que dominou a Europa durante a guerra. Apesar de uma história tranquila e bonita, a trajetória dos personagens que viveram na ilha foi marcada pelos acontecimentos da guerra. A invasão da cidade permite que os expectadores compreendam que não foram apenas as pessoas que estavam nos campos de concentração nazista que sofreram com o conflito bélico.  O filme está disponível na Netflix.  

É uma história sem muitas reviravoltas, mas que me deixa com o coração quentinho todas as vezes que assisto

Fernanda Sant’Anna

Série

Elenco da série “Outlander” (Foto: Divulgação)

Quando o assunto é série, Fernanda não consegue se decidir com facilidade. Após uma longa listagem, ela ficou indecisa entre Outlander, um romance histórico que se passa em 1745 e Grey’s Anatomy, uma das séries médicas mais longas já produzidas. Apesar de ter assistido todas as 19 temporadas de Grey’s Anatomy, a indicação para o Segue a Dica de hoje, é Outlander

Fernanda começou a assistir sem saber do que se tratava e se apaixonou completamente pela história. Essa é uma série inglesa que se passa na Escócia de 1744 durante a rebelião jacobita e conta a história de Claire, James e Frank. Para ela, essa série se tornou o melhor romance histórico que já assistiu por envolver vários elementos como viagem no tempo, os conflitos entre os nativos escoceses e os ingleses e muito romance.

O romance misturado com história, ação e conflitos me prenderam do início ao fim. Por isso, eu amo e já estou aguardando ansiosamente pela próxima temporada

Fernanda Sant’Anna

Música

Fernanda escolheu indicar a banda capixaba The Skeep. O grupo foi criado em Marataízes e aos poucos está conquistando os plays de todo o Espírito Santo e até nacionalmente. Ela consegue  enxergar todo o potencial da banda indie, composta por Jhonny Nemezys, Bárbara Ouzar e Kayo Mattos. Recentemente, a banda lançou o primeiro EP “Nomada”. Um fato interessante sobre o grupo é que eles ficaram isolados, sem acesso à internet e ao mundo real, numa casa de praia para compor e produzir o EP que está disponível em todas as plataformas digitais. Vale a pena acompanhar a banda.

A jornalista afirma que o single “Porta-Retrato” é uma das melhores composições da banda e não consegue tirar do replay do Spotify e de assistir ao clipe deles. Segundo Fernanda, a banda tem um som autêntico e os integrantes do grupo são supertalentosos e “gente fina”. Confira o videoclipe abaixo.  

A música tem uma vibe muito boa, mesmo a letra sendo um pouco melancólica. A melodia não deixa a gente ficar triste e dá até vontade de dançar e cantar junto

Fernanda Sant’Anna

Profissional Inspirador

Uma profissional que é inspiração para Fernanda é a jornalista Sônia Bridi. Quando participou da Expocom esse ano, ela teve a oportunidade de assistir a palestra da jornalista e diz que ficou ainda mais encantada, rindo e chorando na apresentação da Sônia. Segundo Fernanda, a forma como a jornalista trata de causas ambientais e sociais sempre chamaram a atenção e, por isso, foi uma experiência emocionante.

A jornalista Sônia Bridi (Foto: Divulgação)

É dever do jornalismo lutar para dar mais visibilidade a essas causas. E a Sônia faz isso com maestria

Fernanda Sant’Anna

Site

A Agência Lupa é a indicação da Fernanda para qualquer pessoa que busca por informações verdadeiras. Uma vez que a sociedade enfrenta uma epidemia de informações falsas divulgadas como notícia, é importante verificar se a informação é verdadeira antes de compartilhar. A agência lupa faz um trabalho muito bom com a desmitificação dessas informações, comprovando e mostrando fatos reais para a construção da notícia.

Como o Brasil sofre com uma deficiência no acesso à educação, divulgar essas informações que podem prejudicar a todos é um absurdo, uma vez que tem o poder de enganar as pessoas menos favorecidas. Por isso, eu acredito que a Agência Lupa está fazendo um ótimo trabalho

Fernanda Sant’Anna

Por fim, Fernanda afirma que os estudantes de jornalismo da FAESA devem se envolver mais com os projetos e os trabalhos que a faculdade oferece. E, ainda, o aluno deve buscar o jornalismo como um mediador para a transformação social. Para ela, o jornalismo é extremamente importante para dar visibilidade e ampliar as vozes de pessoas em vulnerabilidade social e mostrar, para a população que vive em uma certa bolha, que existem dificuldades, fome, pobreza e miséria fora dela. “Esse é o nosso papel. Precisamos nos engajar mais nisso“.

Edição: Julia Campos de Oliveira

Imagem do Destaque: Julia Campos de Oliveira