Alunos de Jornalismo da FAESA promovem Workshop para ativistas da CUFA

José Modenesi

A Central Única das Favelas (CUFA) surgiu há mais de 20 anos com a união de jovens ativistas de diferentes favelas do Brasil que sonhavam em resolver os desafios da população da favela e também em desenvolver e valorizar a arte. Hoje, a CUFA está presente em todos os estados do País e realiza diversas ações em prol das pessoas que vivem nos territórios de favela. Com o intuito de ajudar o trabalho desenvolvido pela CUFA, alunos de Jornalismo e professores da FAESA Centro Universitário receberam ativistas da CUFA do Espírito Santo para a realização de um Workshop.

Saulo Ribeiro é assessor e coordenador de eventos da CUFA (Foto: Arquivo Pessoal)

O projeto do Workshop foi elaborado na disciplina de Projeto Integrador IV em parceria com as disciplinas de Webjornalismo (Prof. Paulo Soldatelli), Comunicação Organizacional II (Profª Emília Manente) e Audiovisual II (Prof. William de Oliveira) e com a participação ativa de 32 estudantes. O objetivo principal do evento era capacitar os ativistas para desenvolverem uma melhor comunicação para as atividades que desenvolvem no cotidiano da CUFA. As oficinas, planejadas pelos alunos do 5º período do curso de Jornalismo, englobaram diferentes mídias: Podcast e Rádio, Foto e Vídeo, Texto Jornalístico e Mídias Sociais.

O assessor de imprensa e coordenador de eventos da CUFA, Saulo Ribeiro, ao falar da importância do Workshop, lembra de um trecho da música Levanta e Anda do Emicida que diz: “Então, serra os punho sorria / E jamais volte pra sua quebrada de mão e mente vazias”.

Saulo explica que levar os ativistas da CUFA para a FAESA Centro Universitário tem como um dos objetivos ocupar espaços na sociedade para que as pessoas entendam que uma faculdade também pode ser o lugar da população que vive nas favelas. Além disso, ele fala que a capacitação que o Workshop oferece colabora não somente com a CUFA, mas, também, com cada ativista, uma vez que aprender sobre as mais variadas áreas da comunicação desenvolve a pessoa de forma individual.

A coordenadora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da FAESA, Marilene Mattos, conta que a ideia para o Workshop surgiu depois que a CUFA procurou a FAESA buscando uma parceria que colaborasse com as pessoas da favela. Depois de muitas reuniões com os ativistas, os professores envolvidos no projeto apresentaram aos alunos de Jornalismo a ideia do Workshop, que foi abraçada desde o começo pelos estudantes.

Marilene Mattos na reunião para organizar a dinâmica das oficinas (Foto: José Modenesi)

Marilene explica que a importância de uma parceria entre os ativistas da CUFA e os universitários é inegável, uma vez que, dessa forma, o conhecimento é compartilhado e os futuros profissionais da comunicação já têm a oportunidade de devolver algo positivo para a sociedade ainda durante a graduação.

Precisamos socializar o saber. O conhecimento precisa ir além dos muros da faculdade. Isso é extensão comunitária
Marilene Mattos

Professora do curso de Jornalismo Emília Manente participou da elaboração e da execução do Workshop. Ela fala o quanto é fundamental para os alunos e para a comunidade ter uma troca de experiências e de conhecimento. A professora reforça explicando que convidar os ativistas da CUFA para um Workshop na FAESA é uma maneira dos alunos universitários compartilharem aquilo que eles aprenderam em sala de aula e, a partir dessa troca, também é possível conhecer a história das pessoas e da CUFA.

Para o dia do Workshop, a turma de Jornalismo do 5º período foi divida em 4 grupos – um grupo para cada oficina. A estudante de Jornalismo Kamily Rodrigues foi aluna líder da oficina de Texto Jornalístico e relata que receber os ativistas da CUFA foi muito positivo porque os alunos puderam mostrar como eles podem utilizar as técnicas da comunicação para engajar a causa, além de mostrar a importância do Jornalismo para a sociedade.

A nutricionista e ativista da CUFA Aline Nico (Foto: Arquivo Pessoal)

A nutricionista e ativista da CUFA, Aline Nico, explica que as técnicas aprendidas no Workshop permitem que o trabalho da CUFA seja mais profissional e, consequentemente, tenha mais credibilidade. Ela completa dizendo que, pessoalmente, participar das oficinas é uma maneira de compreender o olhar da comunicação sobre aquilo que eles já costumam fazer no dia a dia.