Karol Costa e Kayra Miranda

Apesar das inovações presentes no séc. XXI, o jornalista, assim como o jornal impresso, vem se mantendo firme e se reinventando no dia a dia. Um dos grandes aspectos positivos para a profissão do jornalista é poder atuar em “várias frentes” no mercado de trabalho e em diversas áreas da sociedade. Com o notório crescimento das redes sociais nos últimos anos, o jornalista teve que se reinventar cada vez mais na escrita e estar disposto a se adaptar às novas tecnologias.

Na quarta matéria jornalística da série especial “Jornalismo em Foco”, você vai entender as transformações e os desafios dos jornalistas no mercado de trabalho. Confira, também, as outras matérias da série: A importância do jornalismo na sociedade, O jornalismo investigativo promove mudanças e traz esperança para a sociedade e Jornalismo presente em produtos culturais

Explicando o crescente uso das redes sociais como forma de veículo de informação, o sociólogo e professor da FAESA Centro Universitário Vitor Nunes cita o filósofo Zygmunt Bauman. Vitor diz que estamos vivendo em uma sociedade líquida moderna, baseada em uma cyber vida, ou seja, as pessoas estão conectadas a todo o tempo. Em consequência disso, as pessoas acabam não tendo disposição para uma leitura aprofundada e que demandaria uma capacidade de interpretação e análise, como em um jornal. 

A jornalista e supervisora de conteúdo da FAESA Centro Universitário, Alessandra Toledo, atuante na área há cerca de 24 anos, diz que apesar de não ter nascido na era digital, o grande boom das redes sociais aconteceu enquanto sua trajetória profissional era construída. Ela ressalta que o discurso do jornalista deve ser adaptado para todos os veículos, independente se será no impresso ou no digital, para que o público tenha maior identificação na leitura.  

Alessandra estima que o universitário que se forma hoje tem uma visão de carreira e mercado de trabalho muito mais amplo comparado a quando ela se formou, nos anos 2000.

Essa comunicação multiplataforma dá possibilidades de vários caminhos no mercado de trabalho

Alessandra Toledo

Graduado em jornalismo pela FAESA Centro Universitário no ano de 2022, o jornalista Matheus Moraes, 24 anos, afirma não conhecer muitos jornalistas desempregados atualmente e acredita que o mercado de trabalho vai além de um bom currículo. O jornalista relata que os bons relacionamentos fizeram toda a diferença para estar empregado.

Apesar de ter nascido na era digital, Matheus destaca que possui certa resistência à linguagem do novo jornalismo das redes sociais. Ele revela não acreditar que a melhor forma de informar seja curta, rápida e resumida (como acontece nas redes), mas entende que se não houver essa mudança, os veículos de comunicação irão sofrer com a rejeição e o esquecimento de um dos seus maiores bens: o público.

O sociólogo Vitor Nunes ressalta também que, atualmente, a sociedade vive na era do conhecimento e da informação. Por essa razão, o mercado de trabalho jornalístico encontra-se em um momento promissor, pois as pessoas necessitam da informação. Para completar, ele deixa uma dica aos universitários que estão se formando agora.

Todos precisam aprender a ter a capacidade de analisar criticamente a realidade e não somente utilizar imagens ou textos curtos

Vitor Nunes

O mercado de trabalho jornalístico mostra-se promissor. É dever do jornalista ter uma grande capacidade de leitura e interpretação crítica da realidade tendo um conhecimento profundo daquilo que está escrevendo para se destacar no meio. É importante ressaltar que jornais de credibilidade continuam se reinventando para que o público tenha acesso a notícias que foram apuradas e entregues à sociedade com responsabilidade social.

Edição: Karol Costa
Imagem Destaque: Núcleo de Jornalismo do Lacos/Loren Peterli