Jornalismo presente em produtos culturais
Karol Costa e Kayra Miranda
O jornalismo e a cultura estão entrelaçados desde os primórdios e se encontram presentes em todos os aspectos da sociedade. Filmes, documentários, livros e diversos outros produtos culturais trazem a essência do jornalismo para a população, na maioria das vezes, de maneira glamourizada. Esse laço, forte e duradouro, produz obras que, anualmente, aproximam os cidadãos dos bastidores jornalísticos.
Na terceira matéria jornalística da série “Jornalismo em Foco”, você vai entender como o jornalismo ultrapassa barreiras e se transforma em cultura. Confira, também, as outras matérias da série: A importância do jornalismo na sociedade e O jornalismo investigativo promove mudanças e traz esperança para a sociedade
O professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da FAESA Centro Universitário Felipe Dall’Orto acredita ser essencial a sociedade receber produtos culturais vindos do jornalismo, pois é uma forma de passar credibilidade, visibilidade e desmitificar a profissão. O professor alega que os resultados podem ser positivos ou negativos, mas que, na maioria das vezes, o jornalismo é valorizado, grande parte no cinema, pois proporciona reflexões importantes sobre o trabalho jornalístico.
A jornalista cultural do site O Fragmentado Rayana Garay relata que, quando o jornalista traz uma reportagem em um livro, ele conta tudo o que acontece por trás da notícia e é esse cenário que acarreta no sucesso dessas obras culturais. “O processo de imersão que o jornalista cria nos livros-reportagens faz com que o leitor se sinta parte da história de forma concreta e não de maneira fantasiosa“.
Já a jornalista, ex-aluna da FAESA e editora de entretenimento do Jornal Online Folha Vitória, Thamiris Guidoni, publicou o livro-reportagem “Vidas após o cárcere: Histórias recontadas”. Nele, a jornalista conta a história de mulheres que passaram pelo sistema prisional, misturando ficção com fatos reais. A jornalista afirma que houve muitas dificuldades para começar a escrever o livro e que a princípio a ideia era ir ao presídio falar com as mulheres, mas não foi possível.
Esse “impedimento” me fez encontrar personagens fora da prisão. Isso possibilitou que elas contassem tudo sem que algo fosse ensaiado
Thamiris Guidoni
Thamiris declara que a publicação do livro foi a realização de um sonho que a mudou como pessoa e a fez perceber que os seres humanos têm mais aspectos em comum do que podem imaginar. A jornalista pontua ainda que em todo o processo recebeu apoio incondicional da mãe e que pretende escrever outros livros futuramente. “Escrever é minha paixão desde que me entendo por gente”, diz.
A jornalista Eduarda Galon também se aventurou na escrita de um livro-reportagem. Abordando a cidade de São Roque do Canaã, no Espírito Santo, a jornalista trouxe no livro “Retratos de Gerações” a história da cidade por meio de entrevistas com moradores antigos da região. Eduarda declara que o processo de produção foi muito importante porque ela pôde entender ainda mais o papel do jornalista na sociedade. “Vai muito além de apurar fatos. Temos que tocar o outro de alguma forma e eu acredito ter conseguido isso”, afirma.
Eduarda conseguiu publicar o livro por meio do edital Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado da Cultura (SECULT). Foram impressos 50 exemplares que foram entregues às escolas e à biblioteca do município de São Roque do Canaã, ao governo estadual e federal. A jornalista finaliza alegando que pretende dar continuidade ao livro-reportagem.
Confira o livro Retratos de Gerações abaixo:
Edição: Karol Costa
Imagem Destaque: Núcleo de Jornalismo do Lacos/Loren Peterli