A música na sociedade contemporânea
Kathleen Vieira
A música se faz extremamente presente, tem a capacidade de unir desconhecidos que juntos a entoam em momentos de alegria e comemoração e, também, em momentos de dor e tristeza. A música, então, faz a diferença em vários segmentos da vida e dentro da sociedade como um todo. Durante os anos, ela evoluiu juntamente com a humanidade e, hoje, tornou-se de suma importância para o ser humano.
A música que, de maneira mais geral, é uma combinação de ritmo, harmonia e melodia que se juntam de uma forma agradável ao ouvido, surgiu, de acordo com estudos científicos, há mais de 50 mil anos, quando os seres humanos começaram a observar os fenômenos da natureza e desenvolver as próprias ações sonoras. O homem pré-histórico começou a explorar os sons que o próprio corpo produzia, no entanto, nessa época, os sons produzidos pelos homens não eram considerados arte, mas algo relacionado à comunicação, aos ritos sagrados e à dança.
Ao longo dos anos, a música passou por várias mudanças e foi adequando-se com os diferentes períodos que a sociedade passava. O professor de música Rony Ribeiro afirma que a música conseguiu evoluir tão bem durante os tempos devido à existência de pessoas que valeram-se do próprio processo de evolução da humanidade para desenvolver novas técnicas sonoras.
Conforme a humanidade evoluiu a capacidade artesanal e metalúrgica, os instrumentos foram se tornando sofisticados, possibilitando, assim, a exploração de novas sonoridades
Rony Ribeiro
O professor também relata que com essa evolução surgiu novas possibilidades, como as orquestras no período clássico. Nesse período destacou-se compositores como Mozart, Bach e Beethoven, sendo que, nessa época, os incentivos financeiros oferecidos pelos reis também foram outro fator que contribuiu para a expansão desse estilo e, consequentemente, para chegar na música como é conhecida atualmente.
Na sociedade contemporânea a música também desenvolve um importante papel social e cultural. A socióloga e professora Fabíola Cerqueira relata que a música está presente em todas as sociedades, em todos os ritos de passagem e festividade de diferentes povos e também é capaz de integrar os indivíduos. A socióloga também afirma que a música é capaz de formar grupos sociais que se unem a partir de suas afinidades. “Eles dividem o mesmo gosto musical e passam a frequentar lugares sociais semelhantes e começam a ser reconhecidos pelo seu determinado gosto”, explica a professora.
Já o sociólogo Hilton Dominczak explica que por meio da música pode-se acompanhar e entender a história de uma sociedade, nação ou um país. “Os ritmos brasileiros, norte-americanos, africanos, europeus e asiáticos têm sua particularidade que, incorporados às letras das melodias, nos fazem entender a trajetória daquela sociedade”, esclarece Dominczak. O sociólogo também afirma que as canções retratam a cultura e costumes de um povo. No Brasil, por exemplo, que é um país tropical, nas canções é possível encontrar ritmos e canções que enaltecem a energia e espontaneidade do brasileiro, uma vez que refletem o clima daqui.
Dominczak também ressalta que a música é capaz de influenciar a cultura e os costumes de um país. “Os ritmos africanos trazidos da África influenciaram nosso samba, da mesma maneira que os negros influenciaram o blues e o jazz nos EUA”, explica o sociólogo. Ele também fala que a música é de suma importância para muitos cultos religiosos, como umbanda e candomblé e, também, é muito utilizada em encontros religiosos de diferentes igrejas e serve de catalisadora às emoções dos crentes.
Para muitos a música é uma forma de trazer alegria e leveza na correria do cotidiano. A assistente administrativa Lidiane Santos contou que a música sempre fez parte da vida dela e sempre proporcionou-lhe mais alegria e leveza, além de possuir um caráter nostálgico. “Ela representa muitas memórias e lembranças que aconteceram comigo e também ajuda quando estou um pouco chateada com algo. Escuto uma música mais alegre e isso ajuda a levantar o meu astral”, finaliza Lidiane Santos.
Edição: Sofia Galois
Imagem em destaque: Freepik