Dormir mal afeta o corpo e a mente do estudante universitário
Kamily Rodrigues
O corpo pede descanso, mas a rotina de jovens universitários dividida entre estudo e trabalho muitas vezes não permite. Pessoas que sofrem com a privação de sono sempre têm a sensação de que nada funciona. Para além das consequências físicas, noites maldormidas associadas à sobrecarga de tarefas causam instabilidade emocional e podem desencadear distúrbios como ansiedade e depressão.
Jovens que lidam com a sobrecarga diária devem procurar por uma rede de apoio de qualidade e, se necessário, buscar fazer terapia para que seja realizado um tratamento específico. Organizar uma rotina em que haja espaço para o lazer é fundamental. Além disso, o aumento da irritabilidade também é um sinal que o psicológico está sendo afetado pelo excesso de afazeres.
A psicóloga Caroline de Paula Bezerra afirma que a sobrecarga de tarefas causa inúmeras alterações emocionais e comportamentais. Ela explica que todas essas mudanças se originam do estado de estresse e, caso não sejam tratadas, podem desencadear transtornos como anorexia, bulimia e automutilação. A compulsão por jogos e o hábito de adiar a realização de atividades também podem ser desenvolvidas.
Caroline destaca ainda a importância do estudante saber administrar o período de descanso para que não se crie um novo ciclo vicioso. “Por exemplo, acontece de o jovem passar a dormir menos para ter mais lazer e no outro dia tem sono e culpa por não ter realizado as atividades acadêmicas”, expõe.
O estudante de gastronomia João Pedro Pignaton, 18 anos, está entre os universitários que sofrem com excesso de atividades e noites maldormidas. Vivenciando uma rotina em que sai de casa às 06h30 e retorna às 23 horas, ele relata que ainda que tente equilibrar as tarefas, a correria do cotidiano afeta até os fins de semana. Toda a sobrecarga diária agravou os traços do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) anteriormente manifestados, provocou alterações de humor e desencadeou em João Pedro o medo excessivo em errar ou atrasar alguma tarefa acadêmica.
A pedagoga Elisangela Coutinho destaca que as instituições de ensino que possuem curso de psicologia costumam disponibilizar atendimento gratuito aos alunos. Nas universidades em que não há essa graduação, ela esclarece que as instituições disponibilizam ao estudante de baixa renda recursos em dinheiro para que seja possível buscar atendimento.
Edição: Kamily Rodrigues
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