Importância da vacinação para a saúde pública
Nicolle Barbosa
A vacinação em massa é a forma mais eficaz e de menor custo-benefício para proteger a população. De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), as campanhas de vacinação salvam de dois a três milhões de pessoas a cada ano. Exemplo disso é a Semana da Vacinação nas Américas, iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que já imunizou mais de 806 milhões de pessoas de todas as idades.
Em contrapartida, a falta de vacinação pode trazer consequências para a saúde pública e tem preocupado especialistas ao redor do mundo. Esse cenário pode ser percebido no Brasil. Recentemente, foram registrados casos elevados de sarampo, doença praticamente erradicada no País, mas que, por falta de vacinação da população, voltou a ser problema para a proteção coletiva.
Assim como o sarampo, outras doenças colocam em risco a plenitude da saúde pública. E a febre amarela é uma delas. Robson Russini não participou da campanha de vacinação para prevenção da doença devido ao tratamento com corticoide, situação que contra indica a imunização da febre amarela. Nesse cenário, durante o período de surtos no Espírito Santo em 2017, ele contraiu a doença. “A minha imunidade já se encontrava baixa por conta do meu tratamento e isso corroborou para que eu ficasse mais suscetível ao vírus”, relata Russini.
Segundo a Farmacêutica e Mestranda em Bioquímica Luly Ribeiro, a imunização é a oportunidade de transformar um cenário caótico de mortes e infecções em um ambiente de mortalidade controlada bem-sucedido quando há adesão da população. A empreendedora Gabriela de Souza afirma que contribuir com a proteção coletiva significa priorizar a imunização individual por meio das vacinas disponíveis na rede pública.
Procuro sempre manter em dia meu cartão de vacina e do meu filho. E incentivo a minha família a se imunizar para manter a integridade de todos
Gabriela de Souza
Movimento antivacina
O movimento antivacina é espalhado nas redes sociais por meio de fake news. Estudo publicado na revista Frontiers in Communication, produzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade da Califórnia, Berkeley, mostra que as notícias falsas sobre o assunto têm três argumentos principais: as vacinas contêm ingredientes perigosos, a defesa da liberdade de escolha e a promoção de serviços de saúde alternativa. Nesse contexto, o extremismo do movimento antivacina resulta na desconfiança da população quanto à eficácia de vacinas que têm o papel de proteger e evitar doenças.
Vacinação contra meningite disponibilizada no SUS
Por meio de boletim epidemiológico, em 2018, o Ministério da Saúde contabilizou mais de 3 mil mortes causadas pela meningite de um total de 15.706 casos registrados no País. A doença infecciosa é causada pela bactéria Neisseria meningitidis e consiste na inflamação da meninge, camada que circunda o cérebro e a medula espinhal.
Nesse cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a vacina é a forma mais eficaz de prevenir a doença. Em confirmação a importância da vacina, o enfermeiro vacinador Sérgio Machado enfatiza o papel da imunização da meningite na rede pública para a redução de óbito e complicações devido a doença.
Sérgio explica que as campanhas são de extrema importância, mas a proteção não alcança a todos por falta de profissionais da saúde e da própria vacina. Ela ressalta ainda que se a população tivesse acesso a esse conjunto de serviços com qualidade, o País podia caminhar para a diminuição e até erradicação da doença.
O infectopediatra Igo Araújo explica que, como a meningite é uma infecção grave e progressiva do sistema nervoso central, as sequelas podem impactar diretamente o desenvolvimento infantil. Em casos de sequelas deixadas pela doença, o tratamento se dá por meio de estímulos como fisioterapia e fonoaudiologia O médico relata ainda que a melhor forma de evitar a doença é a vacina, pois previne a forma mais grave e invasiva da bactéria. Hábitos de higiene que previnem infecções também ajudam na não proliferação de bactérias.
Edição: Fernanda Gonçalves Sant’Anna
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