Artigo de Opinião: Estímulo à criatividade na formação profissional do jornalista
Karen Nascimento Benicio
A atividade jornalística requer, entre outras coisas, a singularidade e novos olhares sobre aquilo que é apresentado. Um conteúdo, para atingir e agradar ao público, precisa conter elementos que despertem atenção, sejam de cunho inovador e levem a reflexões. Nesse caso específico, para entender a proposta deste texto, deve-se desconsiderar os materiais de inquestionável interesse público. Esses, por si só, já atingem elevadas proporções. Entretanto, isso não quer dizer que devem ser feitos de qualquer forma.
Na contramão dessa expectativa, o profissional, na maioria das vezes, se esbarra com uma equipe desmotivada, um ambiente inadequado para o exercício do trabalho e a ele são impostos limites que impedem o desenvolvimento da capacidade crítica e imaginativa. Esse é o caso, por exemplo, da rotina de muitas redações de jornais e agências do mundo.
Nota-se a freqüente exigência por uma produção qualidade, mas pouco é investido para que o jornalista consiga atingir tais objetivos. É fato que existem aspectos pessoais que influenciam nesse processo, como o próprio engajamento e dedicação. Entretanto, outros fatores presentes na empresa podem atrapalhar o progresso dos indivíduos.
Sensações de impotência, insegurança e ansiedade criadas a partir desse contexto podem colaborar para a evolução de bloqueios mentais e criativos. Esses fatores impedem o ser humano de realizar as tarefas diárias, assim como no avanço profissional. E, ainda, criam um ciclo onde toda produção fica restritas às repetições, ao senso comum e à ausência de aspectos autorais.
O estímulo à criatividade no meio corporativo pode contribuir não somente para que o funcionário elabore ideias que conduzam ao sucesso da corporação, mas, também, nos relacionamentos intra e interpessoal que exercem influência em todo o grupo. Por isso, é importante induzir o local de trabalho para um meio saudável, respeitoso e colaborativo.
As ações não devem estar concentradas na implantação de treinamentos isolados, mas na mudança do hábito empresarial. Cada pessoa carrega uma bagagem construída por meio do conhecimento adquirido após contato com determinadas culturas e experiências de vida. Ao unir essas habilidades com as de outros sujeitos é possível criar diversidade e troca de repertórios que favoreçam as criações. O crescimento, dessa forma, estará atrelado ao time.
Outras dicas como trocar os julgamentos imediatos pelo incentivo e reconhecimento também ajudam nesse processo. A análise crítica deve existir, porém precisa estar atrelada a cautela. Todo e qualquer ato que seja interpretado como intimidador contribui para o declínio da participação ativa dos indivíduos.
Tratar os colaboradores como humanos e não como números fará toda a diferença na empresa. E os frutos serão colhidos tanto no presente quanto no futuro, pois aquele que investe nos seus, atrai investimentos.
>>> Esse texto faz parte de uma série de produções opinativas sobre Jornalismo e Criatividade feitas por estudantes do 8º período de Jornalismo da Faesa Centro Universitário. As produções tiveram a orientação do professor Victor Mazzei dentro da disciplina de Criatividade e Processos Criativos.