O dia “Mundial Sem Carne” surgiu em 20 de março de 1985 e tem mobilizado pessoas ao redor do mundo para um novo estilo de vida baseado nos diversos benefícios de uma alimentação rica em vegetais e evitando a exploração animal.

O dia “Mundial Sem Carne” foi criado pelo Farm Animal Rights Foundation (FARM), que é uma organização dedicada para defender os animais que serão abatidos para consumo humano. A escolha da data se justifica por ser o primeiro dia primavera no hemisfério norte, simbolizando renovação e uma mudança no estilo de se alimentar evitando a crueldade e exploração.

A estudante de medicina veterinária Thays Andressa, 21 anos, afirma que os animais fazem parte da natureza e por isso merecem muito respeito. “Vale lembrar que antes de chegarmos, eles já estavam aqui. Devemos pensar sobre isso todos os dias antes de pensarmos em tirar a vida deles para nos satisfazer de uma vontade momentânea”, declara a estudante.

Além da comemoração mundial, há campanhas ao redor do mundo que realizam durante o ano pelo menos um dia da semana sem carne. Como por exemplo, a “segunda sem carne”, na qual diversas pessoas deixam de comer carne nas segundas-feiras, como uma forma de protesto ou até mesmo simpatizar com a causa. A estudante Thays Andressa acredita que seguir a campanha “segunda sem carne” pode ser uma iniciativa para quem tem interesse em se tornar vegetariano.

De acordo com dados divulgados em uma pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência em abril de 2018, existem cerca de 14% de brasileiros que aderiram ao vegetarianismo como forma de vida, o que representa cerca de quase 30 milhões da população. A mudança nesse estilo de vida se baseia na procura das pessoas por uma vida saudável, sustentável e ética.

A quantidade de água usada para cultivar gado, o desmatamento para construção de pastos, a emissão de gases contribuintes para o efeito estufa, a destruição de habitats e até de biomas são alguns dos impactos ambientais que o consumo de carne provoca para o mundo.

A Nutricionista Raquel Dallas, 25, informa que os benefícios para uma dieta sem carne é ótima para a saúde do ser humano. Ela afirma ainda que o único risco para essa dieta é não ter o acompanhamento de um profissional da área. “Os riscos para uma pessoa tirar a carne da alimentação é não ter uma orientação nutricional. Começar a comer o que acha que substitui a proteína pode gerar várias deficiências nutricionais, como, por exemplo: zinco, ferro, vitamina b12. Micronutrientes que são importantes para o funcionamento do corpo inteiro”, confessa a nutricionista.

Além do acompanhamento nutricional, a vendedora, Laura Salzani, 23, da algumas dicas para quem quer iniciar uma vida sem carne.

“Primeiro de tudo é parar de ver o animal como alimento. Isso faz toda diferença. E também aprender a cozinhar, estar aberto a conhecer novos alimentos e ter uns lanchinhos práticos ajudam muito a ter mais autonomia na alimentação e evita “recaídas” por pensar que vai ficar limitado na alimentação. Se for o caso da pessoa ter a vontade de se tornar vegana ou vegetariana e ainda se sentir com receio, aconselho a ir aos poucos acrescentando mais legumes, criando um entendimento melhor com a alimentação vegetariana e ir um dia após o outro. Com o passar do tempo essa transição é bem fluida”, explica a vendedora.

Laura Salzani

Muitas pessoas iniciam uma vida com ausência de carne por pensar no sofrimento animal, sustentabilidade e na escolha de uma alimentação mais saudável. Como foi o caso da Laura Salzani.

“Além do sentimento de paz que me traz ao saber que minha alimentação não gera sofrimento, retirar o alimento de origem animal gera menos danos ao meio ambiente e minha saúde melhorou 100%”

Laura Salzani

Inclusive, a vendedora Laura Salzani indica o livro “Porque amamos os cachorros e vestimos vacas” para descobrir um pouco dessa indústria. “O livro dá um um choque de realidade bem grande”, confessa a vendedora. As entrevistadas indicaram alguns documentários para quem tem interesse em saber um pouco mais sobre o consumo de carne:

• What the health
• Cowspiracy
• Food choices
• A carne é fraca
• Terráqueos

“A prática deve ser sempre descascar mais e desembalar menos”

Raquel Dallas