Refletindo a crise na segurança pública no Dia do Jornalista

Como os jornalistas capixabas lidaram com a cobertura de um fato atípico. 

Os alunos de Jornalismo da Faesa comemoraram o Dia do Jornalista ouvindo sobre os bastidores da crise na segurança pública do Espírito Santo. O professor Fabiano Mazzini trouxe para o auditório da instituição nomes como Rafael Moura, editor de Polícia em A Tribuna, Elaine Castro, editora de telejornalismo da TV Vitória, Kaique Dias, repórter da Rádio CBN, Arlesson Schneider, repórter da TV Vitória, e Carlos Alberto Silva, repórter fotográfico de A Gazeta.

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Foto: Douglas Genoino / Na foto: Rafael Moura, Elaine Castro, professor Fabiano Mazzini, Kaique Dias, Arlesson Schneider, professor Willian Oliveira e Carlos Alberto Silva, respectivamente.

A data é comemorada no dia 7 de abril e os acadêmicos de jornalismo sempre contam com uma programação especial. Este ano uma mesa de debate foi composta por jornalistas capixabas que trataram dos bastidores da cobertura da crise de segurança vivida pelo estado em fevereiro. Uma fala comum a todos os convidados foi que o acontecimento foi algo novo, tanto para os mais experientes, quanto para os que estão chegando agora no mercado.

Kaique Dias, recém formado em jornalismo pela Faesa, já atua na área como repórter da rádio CBN e relata que foi uma experiência muito diferente. “Eu, com um ano de profissão, tive a oportunidade de participar de uma cobertura como essa. E muito além de participar, foram as experiências que eu tive com a minha cobertura e observando a dos outros jornalistas. Foi algo novo para todos. A gente passa por situações de manifestação mas não com algo tão grande”, conta Kaique.

Tem que saber lidar com extremos. Pessoas que defendem um lado e outras que defendem o outro. Nesse caso, tem que saber lidar com o governo e com as mulheres dos policiais. É se portar como jornalista”.

A editora de telejornalismo da TV Vitória, Elaine Castro, fala sobre o critério de edição das matérias sobre a crise na segurança pública. “Especificamente neste caso, não tivemos tempo de pensar a questão da edição. O critério principal que usamos era se o material que chegava tinha a função de informar a população”, afirma.

Essa matéria tem função de ajudar a quem precisa sair de casa para pegar um ônibus, ir ao shopping ou levar o filho para a escola? O supermercado está aberto? As informações que a gente repassava eram as que nós mesmos queríamos saber”.

Todos os participantes disseram que foi uma cobertura atípica para a carreira deles.

Entenda a crise da segurança pública no ES

No dia 3 de fevereiro, algumas mulheres e familiares de policiais militares bloquearam as entradas dos batalhões da PM na Grande Vitória reivindicando reajuste salarial para a categoria. A partir do dia 4, as ruas já estavam sem policiamento e o aumento da criminalidade fez a sensação de caos tomar conta das ruas capixabas.

A crise capixaba foi considerada uma das mais graves do Brasil, refletindo diretamente no dia a dia da população. No período de nove dias, foram registrados 142 mortes, lotando o Departamento Médico Legal de Vitória. A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos da capital realizou cerca de 200 atendimentos em apenas um dia. Os prejuízos do comércio chegaram à marca de R$ 300 milhões, causados por furtos e saques, somados aos dias de portas fechadas.